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A notícia da semana sobre o Youtube, o portal de vídeos que virou fenômeno cultural, dá conta do surgimento de um novo concorrente. Fox, CBS, NBC e Viacom, os quatro maiores grupos de mídia dos EUA, estudam a criação de um site para exibir seus conteúdos antes que eles caiam na rede por meio de terceiros. Um projeto ousado, que pretende reunir, no mesmo espaço, os programas de tevê mais populares do planeta.

Enquanto isso, no Brasil, o expediente de "publicar" no Youtube vídeos tirados da televisão começa a virar febre. Internautas que há anos guardavam preciosidades agora liberam seus arquivos a torto e a direito no portal. A oferta é grande: vai de clássicos, como trechos da versão original da novela Irmãos Coragem, a atrações que acabaram de passar na telinha – algumas entrevistas do Programa do Jô, por exemplo, são disponibilizadas já no dia seguinte da exibição. Há ainda comerciais, eventos esportivos, especiais musicais, pegadinhas, reportagens, gafes, etc. Quanto mais raro, ou trash, melhor.

Ao contrário do que se pode pensar, a divulgação de vídeos "perdidos" na internet não é restrita a meia dúzia de nerds adolescentes. Há quem leve a sério a atividade, mesmo sem ter retorno financeiro, e reflita sobre seu impacto na memória do audiovisual brasileiro. "Acho que tevê e internet se completam", diz o internauta José Marques Neto, de 42 anos, que já colocou 36 vídeos no Youtube (para acessá-los, procure pelo canal "Isquericrou").

Ele conta que começou a gravar programas de tevê em 1986 e, desde o aparecimento do site, troca material raro com outros colecionadores. Seus arquivos, todos à disposição na rede, incluem preciosidades como trechos da obscura novela O Espantalho (1977), de Ivani Ribeiro. "As únicas imagens que existem rodando na internet fui eu quem disponibilizou", orgulha-se.

Com 57 vídeos no Youtube, entre eles passagens hilárias do extinto Show de Calouros, Adriano Silva, de 27 anos, espera que as emissoras de tevê brasileiras também entrem nesse mercado. "Isso não pode ficar restrito aos admiradores", diz o dono do canal "adrianosilva79".

Outro que faz campanha pelo resgate televisivo é o internauta que se identifica apenas como Rick Deckard (cujo canal, "rickdeckardtv", já conta com nada menos que 179 trechos publicados). "Em um país sem memória como o nosso, acho que o site tem sido um mecanismo importante de resgate do audiovisual brasileiro. Infelizmente, os governos e as emissoras tratam com desdém o passado e a memória da tevê. É um patrimônio cultural de todo o povo brasileiro", afirma.

Confira abaixo quatro vídeos que podem servir como pontapé inicial de uma navegação pelas pérolas perdidas da tevê brasileira. Para acessá-los, basta digitar os títulos no campo do mecanismo de busca do Youtube (www.youtube.com).

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