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| Foto: Ricardo Nunes/Divulgação

Zeca Baleiro, 48 anos, estará na pele de Zé Ramalho, 64, nesta sexta-feira, no Guairão, em Curitiba. O show também integra o projeto BB Covers, que segue até domingo. Por e-mail, o músico conversou com a Gazeta do Povo. Entre outras coisas, disse que o paraibano "trouxe uma voz muito particular" para a música brasileira. Confira trechos da entrevista:

Como é revisitar a obra de Zé Ramalho?

Zé trouxe uma voz muito particular para a música brasileira. Seu universo musical, que tem algo de medieval e mouro, suas letras que têm um quê de cordel, rock e psicodelia, isso tudo é muito original. O homem é único. Achei desafiadora a empreitada, por isso topei. Que ideia direcionou a seleção do repertório?

Um "tributo" a um cara como Zé, com cerca de 40 anos de carreira e um repertório consolidado, não poderia omitir seus sucessos populares, não é? Mas fazer um show só com os hits seria tedioso e acomodado. Juntei as canções-estandartes como "Avôhai" e "Admirável Gado Novo" a lados B de que gosto muito, como "Pequeno Xote" e "Kamikaze", além de algumas pérolas esquecidas. Fui até os primórdios de sua carreira, recuperando uma canção do disco em parceria com Lula Côrtes, o hoje mítico Paêbirú [1975, com Lula Côrtes].

A obra dele influenciou sua carreira?

O início da carreira do Zé foi arrasador, e coincidiu com o momento em que eu começava a aprender violão, e a me interessar mais por música. Toda essa geração surgida nos anos 1970 foi fundamental pra minha geração.

Como é ter contato com o público do Zé Ramalho?

Zé é um artista muito amado, seu público é meio "devoto", parecido com o público do Raul Seixas em certa medida. E o público que tem ido aos shows é basicamente um público que acompanha os dois trabalhos, o dele e o meu. Acho que o público apaixonado pela obra do Zé vai sempre preferir ouvir ele próprio cantando suas músicas. Mas o interessante do projeto é justamente esse deslocamento que ele propõe – você ouvir o artista de sua predileção cantado por outro, ou ouvir o seu artista favorito cantando outro autor.

Você conversou com ele sobre esse projeto? O que ele achou da ideia?

Sim, liguei e pedi a bênção ao homem. Ele adorou e me deu carta branca [risos].

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