Uma luz no fim do túnel: entenda como é o tratamento do lipedema.
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  • Por Centro Lipedema Curitiba -Dra Mariana Thalyta Bertolin Silva | CRM-PR 32246 | RQE 23472 | RQE 27598
  • 18/06/2021 16:09

Muitas mulheres passam anos de suas vidas fazendo exercícios regulares e buscando novos tipos de dietas, sem nunca conseguir resolver seu problema: as pernas gordas. Algumas até se conformam que "as pernas gordas são uma característica do seu corpo", enquanto outras se sentem frustradas com a falta de resultado e os julgamentos sociais decorrentes disso.

A questão é que a dieta e os exercícios convencionais, assim como vários tratamentos estéticos, têm pouco resultado quando o excesso de gordura nas pernas é causado pelo lipedema. Essa é uma doença inflamatória crônica, com predisposição genética e desencadeada por fatores hormonais, que causa acúmulo de gordura de forma desproporcional nos membros, em especial as pernas. Mesmo que a mulher mantenha uma rotina saudável, muitas vezes não é o suficiente para afinar as pernas.

A -Dra Mariana Thalyta Bertolin Silva (CRM-PR 32246 | RQE 23472 | RQE 27598), cirurgiã vascular e especialista em lipedema, conta que receber o diagnóstico correto é libertador. "A mulher não sente mais culpa. Ela sabe que não é somente exercício e dieta, que por muitos anos ela fez, que vai resolver o seu problema. Então, o tratamento do lipedema começa no diagnóstico”, explica a doutora. Ela decidiu se especializar nessa doença após descobrir que ela própria tem lipedema.

Depois do diagnóstico, segundo ela, o primeiro passo é acolher a paciente e ajudá-la a entender que o excesso de gordura nas pernas causado pelo lipedema têm tratamento— desde que com o acompanhamento correto.

Conheça a Dra. Mariana Silva Thalyta Bertolin (CRM-PR 32246 | RQE 23472 | RQE 27598), médica especialista no tratamento do lipedema em Curitiba

Cirurgia é uma opção, mas tratamento clínico é indispensável

A -Dra Mariana Thalyta Bertolin Silva (CRM-PR 32246 | RQE 23472 | RQE 27598) explica que o lipedema tem quatro estágios, com evolução lenta e progressiva do acúmulo de gordura. Com o passar do tempo, essa gordura fica cada vez mais inflamada, o inchaço é constante, a formação de nódulos de gordura pode ocorrer e a mulher pode apresentar dores nas celulites, com hematomas frequentes (mesmo sem trauma local).

Em vista disso, o diagnóstico precoce do lipedema faz muita diferença para o controle da doença e na qualidade de vida da paciente. Atente-se que usamos a palavra controle e não cura. Isso porque o lipedema é uma doença crônica, que não desaparece de forma definitiva nem com intervenção cirúrgica. Os cuidados clínicos são indispensáveis por toda a vida.

Esses cuidados acontecem em cinco frentes, que incluem dieta e exercícios, mas com foco nos sintomas do lipedema: a alimentação busca diminuir a inflamação e as atividades físicas tendem a ser de menor impacto. A terceira frente é a compressão elástica, que ajuda a diminuir o inchaço e as dores, assim como os procedimentos adjuvantes, como a drenagem linfática, plataforma vibratória e a escovação a seco. Medicamentos também são receitados de acordo com cada paciente e suas necessidades.

O tratamento do lipedema consiste em:

  1. Dieta antiinflamatória;
  2. Exercícios físicos;
  3. Compressão elástica;
  4. Procedimentos adjuvantes;
  5. Medicamentos específicos.

Como é a cirurgia para lipedema?

O tratamento clínico é utilizado mesmo que a cirurgia seja necessária, já que ele auxilia no pré-operatório, diminuindo a inflamação. Dito isso, o procedimento cirúrgico realizado é a lipoaspiração tumescente. Ela se diferencia da lipoaspiração convencional pela injeção de um líquido sob a pele, com substâncias que diminuem o sangramento e já auxiliam na anestesia, com o objetivo final de preservar os vasos linfáticos.

O pós-operatório, como em qualquer cirurgia, depende de cada paciente. Como explica a -Dra Mariana Thalyta Bertolin Silva (CRM-PR 32246 | RQE 23472 | RQE 27598). "Precisa de compressão e drenagens diárias pois as fístulas ficam abertas. De modo geral, em quinze dias ou três semanas, dá para voltar para a rotina normal”, explica. Em alguns casos, mais de uma lipoaspiração tumescente pode ser necessária, especialmente nos graus avançados.

A união entre as abordagens clínicas e cirúrgicas, em um tratamento multidisciplinar, permite que os sintomas regridam e a paciente deixe de sentir as pernas pesadas e inflamadas, o que gera dor. Porém, manter os cuidados é essencial para não colocar o resultado a perder.

Saiba mais sobre a doença e conheça as opções de tratamento do lipedema