Apesar de as cirurgias eletivas não serem de urgência, não são dispensáveis. Demora na realização do procedimento favorece agravamento de quadro.
Apesar de as cirurgias eletivas não serem de urgência, não são dispensáveis. Demora na realização do procedimento favorece agravamento de quadro.| Foto: Wavebreak Media LTD/Freepik
  • Por Clínica Nassif Diretor Técnico Médico: Dr. Luís Sérgio Nassif (CRM-PR 7.870 – RQE 11.117)
  • 17/09/2021 17:17

A pandemia do novo coronavírus já dura mais de um ano e, tão difícil quanto avaliar seu fim, é calcular os impactos causados e seus desdobramentos. Já é notória a influência em aspectos sociais e econômicos, além do total colapso do sistema de saúde por todo o Brasil.

Um problema nem sempre comentado é que os impactos sofridos na saúde não se restringem apenas aos procedimentos e medidas de enfrentamento direto ao vírus. Ouvimos diariamente comentários acerca dos prejuízos psicológicos que estão sendo desencadeados pelas mudanças nas rotinas e estilos de vida, e também frequentemente é falado dos procedimentos eletivos.

As cirurgias eletivas são definidas pelo Ministério da Saúde como operações que não são de emergência, podendo acontecer em um curto período de tempo, se o paciente não correr risco de vida. A decisão pela intervenção é conjunta entre médico e paciente, mas jamais pode ser considerada opcional.

Com a pandemia, as realizações de cirurgias eletivas foram suspensas em todo o país. Entre as razões, a priorização de leitos para pacientes com complicações pela Covid-19, o aumento no volume de trabalho dos profissionais da saúde e o risco de exposição de pacientes ao vírus – principalmente os recém-operados, que ficam mais vulneráveis.

Apesar do agravamento, a execução dos procedimentos eletivos já possuía problemas antes da pandemia, como extensas filas e cancelamentos – tanto no SUS, quanto em convênios médicos. Fator que fez com que, em 2019, o Ministério da Saúde lançasse um grande plano de investimento para normalizar a demanda reprimida, registrando resultados satisfatórios e se estendendo, com ampliação dos recursos, para o ano seguinte.

Quais os problemas de adiar as cirurgias eletivas

Mesmo que sem caráter de urgência, as cirurgias eletivas passam a ser consideradas alternativas de tratamento dentro de cada caso clínico por haver a necessidade de intervenção. Dessa forma, protelar a operação pode promover piora e evolução nos casos, o que dependendo das condições e tempo de espera faz com que o paciente passe a correr risco de vida.

Assim, o quadro que não apresentava muita gravidade pode passar a ser considerado urgente. E ainda que isso não necessariamente se aplique a todos os casos, estendendo-se a proporções nacionais, temos novas altas de demandas para um sistema que já está colapsado. Novamente, aumentam-se as chances de mortalidade.

Retomada das cirurgias eletivas é necessária seguindo os cuidados contra o coronavírus. Incertezas sobre a pandemia podem potencializar novos problemas
Retomada das cirurgias eletivas é necessária seguindo os cuidados contra o coronavírus. Incertezas sobre a pandemia podem potencializar novos problemas| Freepik

Mas e os riscos com o coronavírus

Sem dúvida, são preocupações legítimas e muito necessárias em tempos nos quais o negacionismo é bastante presente na população. Contudo, é preciso também levar em conta outros riscos e as demais estruturas que fazem parte de todo esse contexto.

Inicialmente, optar pela suspensão direta de todas as cirurgias eletivas pode não ter sido um exagero, tendo em vista todas as mudanças e principalmente dúvidas existentes sobre o novo cenário.

Porém, um ano depois, é preciso analisar. Tomar como obrigação os mesmos posicionamentos, sem levar em conta alterações e especificidades, é ignorar o imenso potencial de adaptação observado em quase todos os setores da saúde, nos quais foi aprendido a conduzir dois hospitais em um, por exemplo, contemplando todas as recomendações contra o vírus e mantendo outros atendimentos.

Dar seguimento às cirurgias eletivas é necessário para o não agravamento de casos e também para não piorar um cenário que já possuía muitas dificuldades. No Paraná, por exemplo, a Secretaria Estadual de Saúde estima que pelo menos dois anos serão necessários para normalizar os atrasos nos procedimentos eletivos de 2020.

Sem perspectivas concretas sobre o fim da pandemia e não contabilizando ainda o ano de 2021, as filas que já eram extensas e com grandes dificuldades para se normalizarem vão se tornar ainda piores.

Há ainda o risco de os pacientes se desestimularem com a realização das cirurgias nesse longo caminho de espera. Tendência que já vem sendo observada com significativa queda na realização de exames e outras medidas de acompanhamento para os procedimentos eletivos.

Existem doenças que podem esperar sem oferecer complicações, outras não.

As cirurgias eletivas atuam no tratamento de doenças em diversas especialidades. Quando falamos do aparelho digestivo, várias complicações podem surgir a partir da demora no procedimento.

Expostas às muitas complicações que podem se desencadear a partir da não realização de cirurgias eletivas, quando houver indicação, o paciente deve buscar a operação o quanto antes. Novamente, é preciso reforçar que, apesar de não configurarem caráter de urgência, os procedimentos eletivos não são dispensáveis.

A Clínica Nassif (Diretor Técnico Médico: Dr. Luís Sérgio Nassif (CRM-PR  7.870 – RQE 11.117) é especializada em cirurgias do aparelho digestivo como as de hérnia, vesícula e bariátrica em Curitiba. Sua equipe de especialistas capacitados trabalha em conjunto para garantir sempre os melhores resultados e uma maior qualidade de vida aos seus pacientes.

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