Não tenha vergonha de falar sobre sexo, principalmente com seu parceiro.
Não tenha vergonha de falar sobre sexo, principalmente com seu parceiro.| Foto: Shutterstock
  • Por Clinica Vinhagui Dra. Davielle Vinha, especializada em Ginecologia e Obstetrícia, CRM 19778 / RQE 14980.
  • 03/02/2022 15:43

As dificuldades na vida íntima podem acontecer com todas nós e isso é normal. Nossa libido e desejo são influenciados por fatores emocionais e fisiológicos, como a autoestima, a autoconfiança, a saúde íntima e a saúde emocional.

Por isso, a primeira coisa a considerar é que as emoções afetam diretamente a sua vontade de fazer sexo. Então, você e seu parceiro precisam entender que a culpa não é dos hormônios.

Sabemos que mudanças naturais, como a idade e as alterações hormonais, afetam a nossa sexualidade, mas não são as únicas culpadas. E sabe por quê? A libido feminina é muito mais emocional e é por este motivo que, quando atravessamos uma fase de estresse ou precisamos lidar com emoções ou sentimentos ruins, dificilmente o desejo sexual vai aflorar.

Compreensão e carinho na sua vida íntima

Você não precisa e nem deve ter vergonha de falar sobre sexo, principalmente com seu parceiro. Muitas mulheres procuram ajuda na consulta ginecológica para auxiliá-las nesse processo, pensando no melhor para o relacionamento.

Posso afirmar que nada é melhor do que cuidar da saúde como um todo, se amando e aceitando o próprio corpo. Para uma vida íntima saudável, é importante estar saudável, mas é fundamental ter compreensão e carinho.

Seja compreensiva consigo mesma. Não exija demais do seu corpo e do seu emocional. Precisamos respeitar o ritmo do nosso organismo e acolher as mudanças que ocorrem naturalmente.

Você e seu parceiro devem lembrar que seus corpos funcionam de maneiras distintas. A libido feminina não é como a masculina e, por isso, para sentir desejo, a mulher precisa ser estimulada.

Entenda e respeite as mudanças do seu corpo

Não existe fórmula ou remédio mágico capazes de resolver sua dificuldade em sentir desejo ou prazer. Mas acredite, é possível resolver isso e estimular a sua libido!

É normal enfrentar dúvidas e inseguranças quando nossos corpos passam por mudanças. Afinal, cada uma de nós tem um ritmo fisiológico e respeitá-lo é muito importante, pois não devemos pular etapas.

Devemos, sim, viver intensamente cada estação da nossa vida, pois as mudanças acontecerão de toda forma e nos adaptarmos a elas faz parte do processo.

Por isso, não devemos ter receio de procurar ajuda profissional, quando é necessário, pois o acompanhamento ginecológico é capaz de ajudar a retomar o controle da sua vida íntima e da sua autoestima. Apesar de não existir uma “fórmula mágica” para a sua libido, investigar se há algum fator fisiológico (como o hormonal) é muito importante!

Autoconhecimento e amor próprio são indispensáveis para cuidar da sua saúde física e emocional. Quando nos conhecemos, sabemos identificar, inclusive, quando precisamos de ajuda.

Mudanças corporais podem influenciar na sua vida íntima

Uma das consequências das mudanças fisiológicas do seu corpo, e que pode influenciar na sua libido, é a dispareunia.

A dispareunia é comum durante ou na pós-menopausa, por causa do declínio nos níveis do estrogênio, característico desse período e em resumo pode ser definida pela dor na região íntima durante ou após a relação sexual.

Uma das funções do estrogênio é manter os tecidos da vagina úmidos e saudáveis, e é por este motivo que a diminuição dele pode causar o ressecamento, resultando na dor que a mulher sente na região íntima durante o sexo.

A dispareunia também é comum no pós-parto pelo declínio de estrogênio ocorrido neste período, causando também dor no ato sexual.

Além da dispareunia outros fatores fisiológicos podem trazer desconfortos na relação e é por isso que o acompanhamento ginecológico é fundamental, pois é possível tratar problemas de dores durante a relação, assim como a diminuição da libido e da lubrificação, e até mesmo inseguranças com relação à aparência da região íntima.

A saúde sexual não deve ser um tabu

A mulher precisa se conhecer, se tocar e conhecer seu próprio corpo para perceber como podem ser estimuladas a sentir prazer.
A mulher precisa se conhecer, se tocar e conhecer seu próprio corpo para perceber como podem ser estimuladas a sentir prazer.| Shutterstock

A mulher precisa se conhecer, se tocar e conhecer seu próprio corpo para perceber como podem ser estimuladas a sentir prazer.

Assim como outras partes do nosso corpo, nossa região íntima também passa por transformações fisiológicas e estéticas, capazes de influenciar nossa vida sexual.

Embora saibamos que a libido e o desejo feminino são motivados por fatores emocionais, alterações físicas influenciam, mesmo que indiretamente, a nossa vontade de ter relações sexuais.

A mulher cresce cheia de tabus e de crenças limitantes e, com isso, muitas delas não conhecem seu próprio corpo e não sabem como sua região íntima pode ser estimulada para sentir prazer.

Isso acontece porque, culturalmente, a sociedade se desenvolveu com a ideia de que o ato de se tocar, se estimular, é natural do universo masculino e não do feminino. Mas isso é um tabu a ser rompido.

Essa quebra torna-se fácil quando a mulher entende que o poder está consigo. Então, a partir daí, nasce uma autonomia feminina, permitindo-lhes sentir desejo, prazer e conhecer melhor seu próprio corpo.

Afinal, a libido da mulher deve ser incentivada diariamente. E esse estímulo nada mais é do que pensar em sexo todos os dias. Ao contrário do homem, ela, normalmente, não acorda com desejo de ter relação sexual (a não ser que sonhe com algo, por exemplo).

É importante ressaltar, no entanto, que este estímulo não é somete físico. Além dos “brinquedos” e do toque, filmes, contos e brincadeiras com o parceiro podem estimular o desejo feminino. Em outras palavras, a mulher precisa pensar mais em sexo porque quando menos a gente pensa em sexo, menos temos vontade de fazer. Por isso, é importante se estimular diariamente, conversar com o parceiro e equilibrar as prioridades.

O ideal é que exista um equilíbrio entre as prioridades, pois é natural da mulher deixar o sexo de lado quando alguma situação abala seu estado emocional, como cuidar dos filhos, enfrentar uma pia cheia de louças ou o estresse no trânsito.

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Dra. Davielle Vinha, especializada em Ginecologia e Obstetrícia, CRM 19778 / RQE 14980.
Dra. Davielle Vinha, especializada em Ginecologia e Obstetrícia, CRM 19778 / RQE 14980.| Divulgação