Doença de Alzheimer: combater o preconceito é fundamental
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  • Por Dr Gustavo Franklin Dr. Gustavo Franklin | CRM-PR 34297 / RQE 23111
  • 20/03/2020 11:47

Até pouco tempo atrás, ouvia-se falar em “Mal de Alzheimer”, mas não se falava em todo mal de verdade que este rótulo implicaria aos envolvidos. De fato, o diagnóstico da Doença de Alzheimer pode trazer grande impacto ao paciente e aos familiares. Mas o entendimento que a doença, apesar de não ter cura, dispõe atualmente de muitos tratamentos e que o cuidado e atenção devem ser progressivos, é fundamental para que o preconceito não traga à doença ainda mais dificuldades e limitações ao paciente.

O médico neurologista do Hospital de Clínicas de Curitiba, Dr. Gustavo Franklin explica que a Doença de Alzheimer deve ser vista, sim, como uma doença crônica grave de caráter progressivo e inexorável. Mas não deve ser vista como mal ou como uma chaga. “A doença foi descrita há muito tempo, quando não se preocupava com o real impacto social do nome ou desses rótulos. Entende-se hoje que há um cunho educacional em promover a orientação acerca da Doença de Alzheimer, e garantir a integração do paciente à sociedade e reduzindo o impacto na qualidade de vida do paciente e de sua família.

O especialista afirma que mesmo que já tenha ocorrido uma evolução nesse sentido, a Doença de Alzheimer continua sendo estigmatizada. De acordo com ele, o diagnóstico é acompanhado por um grande preconceito e o medo em torno de uma doença sem cura. “ O preconceito vem deste o próprio paciente até mesmo os familiares, que acabam fortalecendo esse estigma, infelizmente. Muitas evitam informar a amigos ou outros familiares sobre o diagnóstico com receio de que ele seja tratado como ‘merecedor de pena’ ou ‘paciente terminal’”.

O problema é que esse preconceito pode trazer ainda maiores prejuízos ao paciente. Além de todos os sintomas próprios da doença, essa visão de que a pessoa com Alzheimer é digna de pena compromete a sua vida social e a interação com familiares e amigos. “O paciente sofre ao ser rotulado com uma doença demencial. E durante a progressão da doença ele observa com pesar suas próprias limitações, o que leva a ainda maior angústia. E, muito pior, o estigma também faz com que pessoas que têm os sintomas deixem de procurar ajuda médica”, comenta o neurologista.

Para romper com este preconceito, o especialista defende que é importante que a família compreenda os sintomas, entendendo que muitos podem ser tratados ou até evitados e que o paciente pode ter uma adequada qualidade de vida.

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