A Cadeira Soft Shell (Vitra), criada por Roman & Erwan Bouroullec, é um clássico do design.
A Cadeira Soft Shell (Vitra), criada por Roman & Erwan Bouroullec, é um clássico do design.| Foto: Divulgação/Vitra
  • Por Inove Design
  • 12/03/2021 09:31

Você já parou pra pensar que a cadeira, um dos objetos mais utilizados em casa, pode também ser uma importante peça de design e, ainda, representar o estilo de uma pessoa? São muitos os modelos, sendo um para cada situação e ambiente, além de vários formatos, tamanhos, pinturas, materiais e revestimentos. A escolha da peça ideal para casa ou local de trabalho passa pela análise desses diversos detalhes, sendo também levadas em conta usabilidade, harmonização e ergonomia.

“A escolha do design de uma cadeira deve ser o reflexo de seus usuários. A arquitetura e o design são a expressão plástica de um comportamento social. As interações pessoais podem ser potencializadas através do espaço e mobiliário adequado”, destaca o arquiteto Jorge Elmor.

Segundo ele, a cadeira é a expressão máxima do design de produto. “Procuro sempre modelos atemporais e duráveis para os projetos que realizo. O período atual, de recursos escassos, nos impele a consumir de forma consciente. As escolhas devem privilegiar a qualidade e as peças duráveis”, afirma.

A cadeira é um dos itens mais complexos de design. Ela é um ícone, porque além das questões de estabilidade, usabilidade e ergonomia, também deve ser bonita. “É o principal produto em complexidade a ser projetado. Mas não é só a estética, é preciso pensar no resultado das formas, nos materiais que vão ser utilizados, na composição, na resistência, na repetição - quando se faz a repetição, o design da cadeira fica ainda mais destacado, mais forte”, revela Eviete Dacól, designer responsável pela curadoria e seleção dos móveis de loja e diretora da Inove Design.

Harmonização

Para Elmor, além dos aspectos formais e psicológicos, não se pode esquecer da proporção e das dimensões do ambiente nos projetos. “Os diversos modelos de cadeira disponíveis no mercado variam muito de dimensão. Por isso, é necessário avaliar o espaço, o tamanho da mesa e da circulação ao redor dela”, explica.

Segundo o arquiteto, também é essencial levar em conta o estilo do cliente quando se realiza um projeto. Para isso, deve-se adequar o design, ver onde a cadeira vai estar ambientada, os tipos de mesa e de ambiente, assim como se a mesa é para uso tradicional em casa ou para home office. Eviete Dacól ainda destaca a importância do contexto no qual a peça será inserida. “Tudo tem que estar harmonizando no contexto interno do espaço. Ao escolher uma peça, precisamos identificar como ela será usada, o estilo do cliente, o conforto e a adequação com os outros móveis dispostos no espaço, principalmente as mesas”, diz.

A cadeira, por ser um ícone no mobiliário, também pode contar uma história. O que representa essa peça na minha sala, que história ela me conta? “As peças autorais, assinadas, têm essa referência, falam algo mais. Não é só uma cadeira, tem uma razão para estar em um ambiente”, analisa a diretora da Inove Design.

Cadeira Fina, da Zanini de Zanine: estilo orgânico, vintage, com leveza de medidas.
Cadeira Fina, da Zanini de Zanine: estilo orgânico, vintage, com leveza de medidas.| Divulgação/Zanini de Zanine

Ergonomia

O bom design alia beleza, funcionalidade e conforto. A ergonomia é fundamental e deve ser testada pelo usuário. O que é confortável para um usuário muito alto, provavelmente, não dará a mesma sensação para outro de menor estatura.

No momento atual, em que muitas pessoas estão trabalhando em home office, pode-se perceber melhor o impacto de ficar tantas horas sentado em frente ao computador em uma cadeira desconfortável. “Não é por acaso que a indústria gasta milhões em pesquisa para desenvolver produtos mais ergonômicos, que permitem que as pessoas trabalhem com mais conforto e eficiência. É inegável o aumento da produtividade quando se emprega o mobiliário certo”, lembra Elmor.

  • A Cadeira Yoná, do Estudiobola, é estruturada toda em metal, com design apropriado para ambientes de home office e salas de reunião.
  • A Cadeira Airys, da Sittz, é muito ergonômica, com regulagens de altura, encosto, braços, além de tela no encosto para conforto e transpiração.

Usabilidade

São vários pontos pensados na questão da usabilidade. Em que ambiente a cadeira vai estar, como vai harmonizar tecnicamente com os usos?

Se ela vai ser utilizada numa área externa, como uma piscina, precisa ser leve, fácil de lavar, empilhável. Já uma cadeira para home office não precisa necessariamente ter cara de escritório, mas deve ser ergonômica e harmonizar as cores e os materiais. Uma cadeira giratória tem que oferecer facilidade para sentar e contar com apoio nos braços para não cansar.

“Uma cadeira de jantar pode ser mais confortável, pois há pessoas que gostam de ficar em família conversando após a refeição. A cadeira giratória, por exemplo, facilita a usabilidade numa mesa de jantar”, explica Eviete, da Inove Design.

  • Cadeira Chair One, da italiana Magis: ousada e única, com base de concreto, estrutura de alumínio pintado ou fundido e assento fixo ou giratório com mecanismo de retorno automático.
  • A Cadeira Bell, de Konstantin Grcic, é produzida na Itália pela Magis, com 100% de materiais recicláveis, sendo empilhável e para uso indoor e outdoor.

Marcas e modelos

Atualmente, a produção nacional de cadeiras tem ganhado muito destaque, com marcas reconhecidas internacionalmente como Estudiobola, Carbono e Zanini de Zanine. “O design nacional tem muito o olhar da sustentabilidade e ainda valoriza a economia local”, confirma Eviete. “É o momento de prestigiar os talentos locais e a indústria nacional. Temos profissionais premiados e uma manufatura de excelência internacional”, completa Elmor.

As nacionais estão bem inseridas em um mercado que destaca estrangeiras, como Vitra e Magis. “Essas duas fábricas produzem peças dos designers mais icônicos do momento - se passou pelo crivo dos seus diretores, fatalmente vão se tornar clássicos nas próximas décadas”, lembra o arquiteto.

Algumas dessas marcas brasileiras investem em estilos determinados. No estilo natural, trabalha-se com madeira maciça ou com tecido de fibras naturais.

  • Cadeira Luiza, do Estudiobola, possui encosto que lembra uma concha. O design explora os encaixes em madeira natural.
  • Cadeira Xico, do Estudiobola: madeira maciça explorando os veios, com couro natural.

No estilo industrial, são explorados os metais, madeira ou uma lona mais prática para limpeza, com uma pegada mais simplificada, minimalista, despojada e urbana.

  • Cadeira Anne, da Zanini de Zanine: feita em metal com linhas mais duras e retas.
  • A Cadeira C 67, de Vinicius Siega para a Carbono, contrasta elementos táteis aquecidos e o contorno metálico frio, preciso e contínuo.

Confira mais modelos e estilos de cadeiras autoriais e assinadas na Inove Design. São duas lojas localizadas uma no bairro Água Verde e outra no Jardim Social, em Curitiba. Ambas oferecem um amplo mix para salas de jantar e almoço, cozinha, áreas externas, office e home office. Entre as marcas disponíveis, podem ser encontradas as já citadas internacionais Vitra e Magis, além das brasileiras Estudiobola, Carbono, Zanini de Zanine, Guto Indio da Costa e Sittz , Ronald Sazon, Gustavo Bittencourt, Mula Preta, entre outras.