Como as comunidades de aprendizagem impulsionam as carreiras das lideranças
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  • Por Instituto Connect by Silvana Pampu
  • 17/01/2023 14:04

Começo o ano de 2023 com uma provocação: como você tem encarado a filosofia de ser um eterno aprendiz? Embora haja quem acredite que isso é apenas para os jovens, essa não é apenas uma premissa deles.

Tom Vanderbilt, autor do livro Beginners: The Joy and Transformative Power of Lifelong Learning (Iniciantes: A alegria e o poder transformador da aprendizagem ao longo da vida) defende os benefícios cognitivos, físicos, emocionais e sociais de ser um iniciante, convidando seus leitores a realizarem pequenos atos de reinvenção, em qualquer idade e que podem fazer a vida parecer mágica, conforme aponta a crítica do jornal New York Times.

A autora do livro A Coragem de ser imperfeito, Brené Brown, vai além: para ela, aprender exige foco, mas desaprender e reaprender requer muito mais. Requer escolher ser corajoso em vez de acomodado.

Aprendo, com isso, que precisamos ampliar repertório e estar dispostos a deixar de lado as nossas crenças, olhando para os diversos temas sob novas perspectivas já que não há uma verdade e, sim, várias facetas acerca do mesmo assunto. Para o mundo executivo isso se torna um diferencial, onde decisões precisam ser tomadas, conexões estabelecidas, metas conquistadas, inovações fluindo para manter a perenidade do negócio.

As respostas não estarão nas certezas, mas nas dúvidas, no limiar do medo de arriscar e ousar. Assim como na nossa vida pessoal, existem decisões a serem tomadas, desejos de aprender algo novo que não podem ser intimidados pela voz interior que nos leva ao medo de ser ridículo ou inapropriado, ou aos julgamentos que “passei da idade” para tentar algo.

Chego à conclusão de que repensar em algo que acreditamos piamente nos leva à sensação de que estamos perdendo parte de nós. Mais do que isso, creio que quanto mais somos capazes, mais difícil é enxergar nossas próprias limitações, o que nos torna ruins em repensar sobre determinados temas.

Outro ponto é que, ao aceitar algo como verdadeiro, raramente nos damos ao trabalho de questionar essa verdade. Por que não revisitar opiniões com base em dados e fatos imparciais?

Admitir que não sabemos de tudo e que as nossas opiniões podem estar alicerçadas em premissas errôneas ou incompletas é um bom ponto de partida. Questionar-se sobre a possibilidade de estar errado é a base para o aprendizado, portanto, é positivo se dar o benefício da dúvida e exercitar com mais frequência as incertezas acerca de algo.

Existem muitas oportunidades quando se está disposto a olhar a vida com nova perspectiva. Steve Jobs, por exemplo, afirmou que ser demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, já que o peso de ser bem-sucedido foi substituído pela leveza de ser um iniciante novamente. E isso o libertou para entrar em um dos períodos mais criativos de sua vida.

Inclusive foi um lema que levou consigo, dizendo que uma das competências chaves que buscava era profissionais sedentos por aprendizagem e espírito “Iniciante”, “aprendiz”, pois isso traz espaço para ir além e para questionar o que os demais vão seguir como verdade.

Como aguçar o lifelong learning - filosofia de vida? 

Comunidades de aprendizagem têm tido um papel fundamental, esculpindo executivos mais ouvintes, empáticos, performantes por meio da técnica de “letramento argumentativo”. Isso significa argumentar de forma lógica, assertiva, e — especialmente — criando espaços de discussão colaborativa que incitam as trocas de pontos de vista, o respeito à opinião contraditória e a adequação aos interlocutores.

As comunidades de aprendizagens, fóruns de discussão e outras formas encontradas como espaço de confiança é propício para quem deseja desenvolver o olhar com “novos óculos”. Nestes ambientes não existe hierarquia, há a possibilidade de ser vulnerável e não saber de todos os temas. Mas, principalmente, a diversidade do grupo instiga novos olhares.

No Instituto Connect, por exemplo, a Confraria de Executivos utiliza de várias experiências para tornar esse processo natural. Uma das formas exercidas é dar voz aos nossos executivos, fazendo com que co criem conteúdos e aprofundem suas descobertas, seja sob tema que amam, ou seja sob temáticas que os instigam.

Malcolm Gladwell, no livro Fora de série - Outliers: Descubra por que algumas pessoas têm sucesso e outras não, explica que ninguém se faz sozinho. Para ele, todos os que se destacam por uma atuação fenomenal são, invariavelmente, pessoas que se beneficiaram de oportunidades incríveis, vantagens ocultas e heranças culturais. Tiveram a chance de aprender, trabalhar duro e interagir com o mundo de uma forma singular. Esses são os indivíduos fora de série – os outliers.

As pessoas não se tornam bem-sucedidas sem ajuda. A sua origem importa. Elas são produtos de lugares e ambientes específicos.

Reflita sobre o seu amadurecimento de aprendiz

Que tal aproveitar esse início de ano para refletir se os ambientes em que você está inserido é suficientemente inspirador, se está cercado de cultura, quem são as pessoas que você segue e quão diversos são os conteúdos que você consome?

Hoje, muito do que consumimos vem através dos nossos padrões de pesquisas e garantidos pelos algoritmos que são cada vez mais perspicazes e assustadores nisso. Vivemos em “bolhas” ou “mini mundos” - seja do mercado do agro, automobilístico, bens de consumo, entre outros, ou ainda pelos silos que nos afunilam como grupos dos profissionais de finanças, RH, ou mini mundo das startups.

Temos a falsa ilusão de estarmos conectados pelo mundo, mas será mesmo? Na sua timeline quantos assuntos que passam por você que você nem fazia ideia? Ou pessoas que não seguiria espontaneamente? Ou aquele “uau” quando lê algo que te instiga?

Há tantos temas em voga, mas lembre-se: a aprendizagem é um fenômeno que passa pelas relações. As pessoas que te cercam e o ambiente que te instiga a aprender tem um grande papel nessa jornada.

Instituto Connect abre novas oportunidades para a Confraria de Executivos

Nessa reflexão, o Instituto Connect inicia a jornada de 2023 abrindo a possibilidade de novos ingressos, isso tem por objetivo aumentar a representatividade do grupo em diversos estados e segmentos, pois essa diversidade é uma força motriz. Bem como, trazer novos olhares que contribuem para a robustez do time e fortalecimento do grupo.

Se acreditar que precisa alçar novos voos, ampliar seu repertório de conhecimento e aumentar consistentemente sua rede de contatos, os quais com certeza trarão valor a sua carreira. Essa oportunidade de aprendizado mais orgânico e disruptivo é para você que é ávido por trocas e aprendizagens. Saiba mais no link https://institutoconnect.org.br/

  • Silvana Pampu é fundadora do Instituto Connect, HRBP Sr Manager na Renault Latam, Conselheira e entusiasta do desenvolvimento humano e por fomentar temáticas de inovação. É, ainda, presidente do Grupo Gestão de Pessoas e Cultura do World Trade Center (Região Sul – Curitiba, Joinville, Porto Alegre).
  • A Confraria de Executivos, promovida pelo Instituto Connect , é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e impacto social.