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8 séries para você fingir que entende de História

Produções vão da Roma Antiga aos EUA na Guerra Fria

Jon Hamm, vencedor do Emmy 2015 de melhor ator, em cena de “Mad Men”: os EUA dos anos 1960. | /Fotos: Divulgação
Jon Hamm, vencedor do Emmy 2015 de melhor ator, em cena de “Mad Men”: os EUA dos anos 1960. (Foto: /Fotos: Divulgação)

Filmes e séries históricas estão fincados na cultura popular. Produções partem do passado para desenvolver narrativas que encantam o público contemporâneo.

É possível que nenhuma delas valha uma aula de história (vale?), mas não é por isso devemos descartar o potencial de gerar interesse por uma época, ou assimilar fatos esporádicos. A lista a seguir enumera sete séries que permitem mergulhos em vários períodos históricos.

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Como critério, a relação manteve apenas os seriados que ficcionalizam personagens reais (ou supostamente reais, como se verá). Dessa forma, “Downton Abbey e “The Musketeers” não foram relacionadas para o jogo — ainda que o líder dos mosqueteiros de Dumas tenha sido inspirado em D’Artagnan.

Em comum, as obras listadas, umas mais, outras menos, foram criticadas em algum momento por imprecisões históricas. E isso é bom, pois ajuda a não pensar como Troy Barnes, personagem da série “Community” : “Se eu quisesse saber o que aconteceu há muito tempo na Europa, assistiria ‘Game of Thrones’.

1. “Spartacus”

Contexto histórico: 73 a.C., República Romana.

O contexto republicano, anterior ao Império Romano, que acolhe o enredo da série ao romantizar a figura do gladiador Spartacus, líder da última rebelião de escravos contra a República. Ficcionalizar a vida de Espártaco não é difícil, tendo em vista os poucos registros existentes sobre ele, quanto mais a seus primeiros anos de vida. “Spartacus”, três temporadas, acabou em 2013, não sem antes enfrentar um drama irreparável: o protagonista Andy Whitfield morreu por conta de um Linfoma não-Hodgkin após o primeiro ano da obra, sendo substituído por Liam McIntyre. Produzido pelo canal a cabo Starz, o seriado não hesita em reproduzir orgias e mortes sanguinolentas. Recomendável aos fãs de cenas de ação estilizadas.

2. “Vikings”

Contexto histórico: século IX, Era Viking.

Assim como Espártaco, o protagonista de “Vikings” (não) se favorece de claros registros históricos. Trata-se do lendário Ragnar Lodbrok, herói nórdico que faria o Thor da Marvel se esconder no próprio martelo. Não por acaso, sua própria existência é hoje questionada, podendo ser a união de figuras existentes com inflamações literárias. Por sua vez, Michael Hirst, criador da série, é figura carimbada no território da ficção histórica: além de ter gerado “The Tudors”, ele já se envolveu de diferentes maneiras com o filme “Elizabeth” e os seriados “Camelot” e “The Borgias”. Agora no canal History, antigo History Channel – aquele com exímia dedicação a UFOs –, Hirst concebe a obra a partir da origem fazendeira de Lagnar (Travis Fimmel). Real ou não, sua trajetória televisiva foi muito bem recebida.

3. “Marco Polo”

Contexto histórico: século XIII, fim da Idade Média.

Falando em fazer história, “Marco Polo” pode ser considerada a primeira obra pouco elogiada entre as produções da Netflix, em grande parte graças à dissonância entre o personagem-título e Lorenzo Richelmy, ator que o interpreta. Dessa forma, perdem força as interações entre Polo e Kublai Khan (Benedict Wong) – neto do conquistador Gengis Khan. A ambientação, diante do orçamento de 90 milhões de dólares, é excelente — e não se trata de uma dessas produções em que 99% do elenco são homens brancos bem maquiados.

4. “Wolf Hall”

Contexto histórico: século XVI, Reforma Inglesa.

Adaptado a partir de dois romances de Hilary Mantel, a minissérie de seis episódios tem como protagonista Thomas Cromwell (Mark Rylance), nêmesis de Thomas More e ministro durante o reinado de Henrique VIII. A possibilidade de filmar em castelos, catedrais e cortes da época, aliada à iluminação de cenários com velas, só favorece uma narrativa empolgante a ponto de receber oito nomeações ao Emmy.

5. “Ripper Street”

Contexto histórico: fim do século XIX, Inglaterra Vitoriana.

A bela Inglaterra Vitoriana: mão de obra infantil, cocaína em farmácias, prostituição como plano de carreira. Nada disso compromete – pelo contrário, talvez favoreça – o fascínio por esse período tão influente da cultura ocidental. E “Ripper Street”, como não poderia deixar de ser, parte de crimes posteriores aos do enigmático Jack, o Estripador, investigando o universo que circunda uma das figuras mais imortais do imaginário popular. Com a devida ambientação, nota-se o visual soturno, aliado às cartolas e envenenamentos criativos que tanto interessam àqueles já apegados a Conan Doyle, Dickens ou simplesmente belos sobretudos. A série é produzida pela Amazon, que a ressuscitou após cancelamento da BBC.

6. “Mad Men”

Contexto histórico: anos 1960.

“Mad Men” acabou em 2015, e não há nada mais justo do que reconhecer o êxito das sete temporadas de Don Draper (Jon Hamm) e seus publicitários malandrões. Sua retratação da década de sessenta expõe os Estados Unidos do glamour do consumo, do tabaco onipresente e do sexismo explícito. Não esqueçamos da invenção da pílula anticoncepcional, geradora de mudanças no modo de interpretar não só a sexualidade como a própria constituição familiar. Um espetáculo de imersão visual, “Mad Men”, da AMC, conquistou (e conquista) prêmios que bastam para classificá-la como a mais consagrada entre as presentes recomendações.

7. “The Americans”

Contexto histórico: início dos anos 1980, Guerra Fria.

Joe Weisber, criador da série, de fato trabalhou na CIA, e se aprendemos algo com John le Carré é que esse tipo de experiência pode ajudar um escritor. “The Americans” imediatamente parte de duas escolhas notáveis: ao invés de um espião, um casal deles; ao invés de americanos, russos servindo à KGB. O seriado, produzido pela FX, consegue lidar muito bem com o misto de tensões externas e familiares. “The Americans” tem pano na manga para agradar fãs de séries históricas, de dramas familiares e interessados por adentrar um período em que os ânimos da Guerra Fria afloravam a cada pronunciamento de Ronald Reagan – e não só dele.

8. “The Borgias”

Contexto histórico: virada do século XV, Renascença.

O que era para ser filme nasceu série. O que deveria durar quatro temporadas, no entanto, aguentou três. Uma espécie de “Poderoso Chefão” da Renascença – Mario Puzo de fato se inspirou na família Borgia para escrever os Corleone –, o seriado acompanha a ascensão da dinastia valenciana ao suprassumo do poder católico. Rodrigo, o Papa Alexandre VI, tornou-se conhecido pela eficácia de seus subornos, comparável à notável capacidade de manter amantes (na televisão, quem o incorpora é Jeremy Irons). Assim sendo, “The Borgias” apresenta elementos de sexo, corrupção e rivalidades, aspectos que tanto nos atraem em uma boa trama.

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