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Emilia Clarke como Daenerys Targaryen em “Game of Thrones”: | Helen Sloan/HBO
Emilia Clarke como Daenerys Targaryen em “Game of Thrones”:| Foto: Helen Sloan/HBO

*ATENÇÃO! O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS

Todos os cidadãos de Westeros e Essos sofrem bastante, mas as mulheres recebem um tratamento especialmente duro. Os homens dão as cartas, enquanto as personagens femininas ficam com o papel de acompanhantes bonitas – isso se tiverem sorte. Mais frequentemente as mulheres são espancadas, aprisionadas, estupradas e atormentadas.

E quando elas se metem em uma enrascada, é sempre um cara que as tira dela. Mesmo a toda poderosa guerreira de estilo amazona Brienne de Tarth precisou da ajuda de um cavaleiro em armadura brilhante a certa altura, e Jaime Lannister atendeu ao chamado.

Mas coisas estão mudando nesta temporada. Repentinamente, mulheres têm agido e estão manejando seu recém-descoberto poder abertamente. Não são apenas titereiras nos bastidores, como foram em temporadas passadas. Estão se tornando agressivas – tomando o controle e fazendo a guerra. Enquanto isso, os homens se tornaram mais mansos. Theon jurou lealdade a sua irmã Yara; as Serpentes da Areia derrubaram o regime atual assassinando Doran Martell; e, mais surpreendentemente, Jon Snow está pronto para desistir, enquanto Sansa se prepara para a batalha.

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“Estou cansado de lutar”, ele diz a ela. “Lutei e perdi.”

Mas ela não será dissuadida. “Farei eu mesma se precisar”, responde. Ela pode ter sido brutalizada, mas está longe de estar quebrada por dentro.

A tendência ficou especialmente clara no episódio quatro, “Book of the Stranger” (Livro do Estranho, em tradução livre). Eis uma visão.

- No Castelo Negro

Por um momento, parece que Sansa precisa de Jon. A reunião deles é emocional, e o alívio em seu rosto quando finalmente vê alguém em quem pode confiar é reconfortante não só para ela mas para uma audiência que a assistiu suportar um cenário pior que o outro em sequência.

“Para onde você irá?” ela pergunta a ele depois de eles darem um doce passeio pela alameda das memórias. “Para onde nós iremos?” ele responde, de maneira asseguradora. Mas a alegria dela tem vida curta. Assim que fica claro que Jon perdeu o gosto pela luta – ele acabou de enforcar uma criança, afinal de contas – Sansa tem de deixar explicitamente claro que ela vai tentar retomar Winterfell com ou sem ele.

Mais tarde, quando ele recebe uma carta endereçada “ao bastardo Jon Snow” do novo senhor de Winterfell, ele não consegue nem lê-la. Ele está tentando proteger a Sansa ou a si mesmo? Seja como for, Sansa não aceita isso. Ela apanha a carta dele e termina de lê-la em voz alta para que todos possam avaliar integralmente o que está em jogo. E somente então Jon entende a gravidade da situação. Um sádico celerado está no controle do seu lar de direito.

Enquanto isso, Brienne também está chamando a atenção (e não apenas de Tormund, que aparentemente tem uma queda por mulheres altas). Ela deixa abundantemente claro para Ser Davos e outra mulher poderosa, Melisandre, que foi ela quem executou Stannis; ela nunca foi alguém que pisou em ovos a respeito da verdade. Ela também comunica que dificilmente esqueceu quem foi responsável por dar a luz àquele mortífero bebê sombra no acampamento de Renly. É difícil dizer o que ela fará em seguida, mas está provando que não tem medo de um pouco de magia, ainda que saiba o que ela possa fazer.

- Nas Ilhas de Ferro

Dado que é um mundo de homens, Theon seria o herdeiro mais provável do trono depois que seu pai Balon morreu. E sua irmã pode apenas presumir que é por isso que Theon apareceu do nada nas Ilhas de Ferro. Mas ele não está em condições de governar. É um homem quebrado por dentro e não revida quando Yara começa a perturbá-lo. Ao invés disso, jura lealdade.

“Você deveria governar as Ilhas de Ferro”, diz a ela. “Deixe-me ajudá-la.”

O que Theon pode fazer para ajudar em seu estado é um mistério, mas pelo menos é esperto o suficiente para não revidar.

- No Porto Real

Enquanto Loras está desmoronando, desesperada para sair da prisão da Fé Militante, Margaery está se mantendo firme de maneira notável. Ela até faz uma encenação para o Alto Pardal, dando a entender que está comprando o que ele está vendendo. “Você precisa se manter forte”, Margaery diz a Loras mais tarde, mas não parece que ela esteja realmente escutando.

Enquanto isso, no outro lado da cidade, o Rei Tommen está quase igualmente inconsolável. Em seu caso, Cersei está lá para juntar os cacos. Não faz muito tempo desde que ela foi publicamente humilhada, mas já está tramando sua volta por cima. Ela e Jaime vão ver os membros do Pequeno Conselho e explicar que Margaery pode em breve acabar fazendo a mesma marcha nua pela cidade.

Olenna entende. “Isso não pode acontecer”, ela diz. Cersei concorda e elas bolam um plano para que o exército da casa Tyrell ataque a Fé Militante e resgate a rainha. Kevan Lannister é o único que não acredita que lutar seja o caminho correto. Mas as mulheres o persuadem.

- Em Vaes Dothrak

A Mãe dos Dragões está de volta. Em um episódio, Daenerys se transformou de uma prisioneira com um futuro precário na líder dos Dothraki. Tudo que teve de fazer foi andar por através do fogo.

Você poderia argumentar que Daario e Jorah a resgataram, mas na verdade o plano era todo dela. E era certamente melhor que o plano deles de levarem-na para fora da cidade. Eles eram apenas seus acessórios. Ela era a cabeça por trás do plano.

- Em Winterfell

Osha nunca teve uma chance. Isso é certo, dado toda a informação que Theon/Fedor deu a Ramsay. Por um momento, parecia que ela poderia cair nas graças do novo Senhor de Winterfell, com todo seu destemor – a mesma coisa que o atraía em Myranda – e suas habilidades de sedução. Mas não era para ser. Ramsay a apunhalou no pescoço.

Pelo menos seu fim foi rápido. E pelo menos ela morreu lutando.

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