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Cate Blanchett no papel de Lydia Tár, a maestrina predadora.
Cate Blanchett no papel de Lydia Tár, a maestrina predadora.| Foto: Divulgação/Universal

Domingo (12) é dia de sentar no sofá e se irritar com os aborrecidos discursos de agradecimentos, o viés exageradamente progressista e a longa duração da cerimônia do 95º Oscar. E por mais que já saibamos tudo de chato que nos espera, é inevitável acompanhar a premiação para conferir quais foram os filmes que mais agradaram a tal Academia no último ano. A seleção sempre reúne uma parcela de obras sólidas e memoráveis, pena que muitas delas não consigam o reconhecimento de uma estatueta. Aqui listamos cinco películas que merecem a torcida do leitor e explicamos os porquês.

Tár

O filme de Todd Field deve garantir a Cate Blanchett o Oscar de Melhor Atriz, mas deveria papar outros troféus. Sim, Cate está esplêndida como a regente que chegou ao topo do topo de sua profissão e enfrenta uma derrocada por conta de seu comportamento predatório. Mas Tár é muito mais do que uma atuação. O diretor soube explorar conflitos geracionais ao opor a personagem principal a músicos novatos que não querem executar obras de Bach por ele ser um “homem branco e cis” ou que se apaixonaram pela música erudita por meio de vídeos de YouTube, não pela vivência em salas de concertos. 
Onde assistir: em cartaz nos cinemas, ainda sem previsão de chegada ao streaming

Os Banshees de Inisherin

Ambientado numa ilha remota da Irlanda há 100 anos, o filme parece uma bobagem à primeira vista. Mas essa comédia de humor negro sobre o fim de uma amizade é repleta de camadas e metáforas que o espectador pode captar com um olhar mais atento. Além de debater a futilidade das relações, a finitude da vida e a forma tola como nascem grandes rivalidades (inclusive guerras), Os Banshees de Inisherin retrata muito bem como o catolicismo conforta as pessoas em situações aflitivas. Duas cenas hilárias que se passam no confessionário da igreja da ilha já valem o tempo investido nesse filme, indicado em nove categorias, entre elas a principal. 
Onde assistir: em cartaz nos cinemas desde fevereiro, deve chegar ao Star+ nas próximas semanas

Top Gun: Maverick 

Faz alguns anos que Hollywood entrou na onda de produzir sequências (ou reboots) de grandes clássicos do cinema para tentar movimentar as bilheterias com a nostalgia do público — ou, muito pior, para “atualizar” histórias com a visão mais progressista que hoje rege a indústria. Felizmente, Top Gun: Maverick é um dos poucos exemplos de filmes que saíram ilesos desta última tendência. O longa amplifica os temas do primeiro filme, lançado em 1986, acompanhado o personagem de Tom Cruise, Pete “Maverick”, um pouco mais velho, mas ainda com sangue nos olhos para despeitar regras e ir além dos limites da aviação.

Onde assistir: Prime Video, Apple TV, Paramount+, Telecine

Elvis

Dirigido por Baz Luhrmann, criador de filmes suntuosos como O Grande Gatsby e Moulin Rouge, Elvis resgata uma das figuras mais icônicas da música americana para as gerações mais novas, que teriam facilidade de cancelar “o rei do rock” por seu encontro com o republicano Richard Nixon, por ser entusiasta das armas de fogo, etc. Deixando essas questões de escanteio, o longa mostra como o cantor sempre teve um relacionamento muito próximo da música e cultura negras, apresentando encontros com figuras como Little Richard e B.B. King, sem papinho de “apropriação cultural”. Também humaniza a figura do astro, contextualizando a exploração de Elvis Presley, levado ao limite por seu empresário, o "Coronel" Tom Parker, vivido por Tom Hanks.

Onde assistir: HBO Max e para aluguel e compra no Now

Nada de Novo no Front

Produção alemã lançada pela Netflix, Nada de Novo no Front acompanha um jovem repleto de ideais que tenta encontrar o sentido das batalhas na Primeira Guerra Mundial, mas vê sua humanidade se esvair a cada dia que passa. O drama foge de um grande problema com filmes de guerra em geral: a glorificação da violência. Nada de Novo no Front consegue usar das cenas violentas para reforçar que mortes e torturas jamais devem ser imagens comuns de se ver. Não por acaso, o filme ganhou nove indicações ao Oscar, assim como Os Banshees de Inisherin, duas a menos do que a xaropada de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo.

Onde assistir: Netflix

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