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Na década de 1990, ele chegou a ser apelidado de "o maior de todos os tempos", mas um acidente brutal o forçou a deixar a Fórmula 1. Agora, Sonny Hayes (Brad Pitt) é um viciado em jogos de azar, que ganha a vida em um motorhome e compete ao redor do mundo em perigosas corridas de segunda categoria. Até que um dia, ele é contatado por seu ex-companheiro de equipe, Rubén Cervantes (Javier Bardem), dono de uma equipe de Fórmula 1 à beira da extinção. Cervantes pretende que Hayes volte a correr como segundo piloto de sua equipe, com o objetivo de "domesticar" sua estrela, Joshua Pearce (Damson Idris), um piloto novato vaidoso, mas com grandes qualidades.
Estes são os elementos narrativos do blockbuster que chegou aos cinemas brasileiros na semana passada. F1 é uma superprodução liderada pela Apple Original Films, Jerry Bruckheimer e pelo próprio Brad Pitt, além de oficialmente apoiada pela Fórmula 1. Dentre os produtores estão Lewis Hamilton – heptacampeão mundial da categoria – e fazem participações especiais os pilotos Max Verstappen, Yuki Tsunoda, Esteban Ocon, Carlos Sainz e Fernando Alonso, este último até com uma fala. Apesar disso, muitos competidores e especialistas criticaram a falta de veracidade do filme, e alguns críticos reclamaram de sua longa duração e de suas muitas semelhanças com Top Gun: Maverick, também produzido por Bruckheimer e dirigido pelo americano Joseph Kosinski, responsável por outros blockbusters como Tron: O Legado (2010), Oblivion (2013), Homens de Coragem (2017) e Spiderhead (2022).
Não faltam motivos para esses críticos, talvez mais compreensivos com relação a outros filmes antigos e recentes sobre automobilismo, como Grand Prix (1966), As 24 Horas de Le Mans (1971), Dias de Trovão (1990), Senna: O Brasileiro, O Herói, O Campeão (2010), Rush – No Limite da Emoção (2013), Ford vs Ferrari (2019), Ferrari (2023)... Em todo caso, F1 mantém um alto nível graças, em primeiro lugar, à solidez clássica do roteiro de Ehren Kruger, que transforma suas tramas simples de amizade, amor e trabalho em equipe em diálogos saborosos, marcados pelo medo dos personagens da morte, do fracasso e da vitória, e muito críticos à moralidade do triunfo a qualquer preço e ao fascínio pela fama e opulência.
Essa força narrativa permite que os atores, especialmente Brad Pitt, Damon Idris e Javier Bardem, brilhem em alto nível do começo ao fim. Ambas as qualidades conferem amplo escopo dramático à impressionante produção IMAX de Joseph Kosinski, que não dá trégua ao espectador, colocando-o dentro dos carros de corrida e sacudindo-o da angústia à exultação, às vezes beirando a beleza poética. Essa combinação, que oferece fortes emoções e boas vibrações, não é tarefa fácil, especialmente quando a trilha sonora de Hans Zimmer libera seu poder.
© 2025 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
- F1
- 2025
- 155 minutos
- Indicado para maiores de 12 anos
- Em cartaz nos cinemas
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