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Helen Mirren em destaque no pôster de “Golda – A Mulher de uma Nação”
Helen Mirren em destaque no pôster de “Golda – A Mulher de uma Nação”| Foto: Diamond Films/Divulgação

Em 13 de outubro, poucos dias após o ataque do Hamas que deu início ao ainda vigente conflito com Israel, soltamos uma lista com cinco filmes que ajudavam a entender as disputas na região. O texto de abertura lamentava que muitas obras que poderiam estar na lista não estavam disponíveis nas plataformas de streaming. Com o passar das semanas, serviços como Netflix e Prime Video aumentaram a oferta de produções abordando o convívio entre israelenses e palestinos, o que motiva esta nova seleção de filmes.

Temos a cinebiografia da primeira-ministra Golda Meir, que acaba de chegar ao Prime Video, um filme de 2012 que narra a jornada de uma médica canadense atuando na Cisjordânia, uma das obras mais recentes do diretor Amos Gitaï disponibilizada gratuitamente pelo SESC, a história de um atravessador palestino que não consegue voltar para casa para cuidar do filho acidentado e um documentário da Netflix que retrata o que é ser criança na Faixa de Gaza.

São dramas que nos ajudam a compreender o que se passa naquele ambiente e nos fazem torcer para que o atual conflito não adentre 2024 com mais mortos empilhados.

Golda – A Mulher de Uma Nação (2023) 

Em um período de guerra, uma forte liderança é tudo. Ao menos, é isso que defende Golda – A Mulher de Uma Nação. O longa-metragem acompanha como a “dama de ferro” de Israel, a primeira-ministra Golda Meir, foi uma das figuras centrais nas tomadas de decisões do país durante a Guerra do Yom Kippur, em que egípcios e sírios batalharam contra israelenses para retomar a península do Sinai. A atriz Helen Mirren interpreta Golda na adaptação e exibe a força necessária para o papel. Basta ver a cena em que a primeira-ministra esbraveja ao telefone: “não sou mais aquela menininha escondida no porão". O lançamento é perfeito para quem não sabe muito sobre essa importante figura de Israel. Uma pena que só aborde a vida da diplomata em 1973, afinal ela foi uma das únicas duas mulheres a assinar a declaração da independência do país, em 1948.

Onde assistir: Prime Video ou locação via YouTube, Apple TV+ e Google Play

Inch’Allah (2012) 

“Em meio à guerra, ela escolheu os dois lados”, dizia o cartaz desse filme canadense quando lançado. Quem escolheu os dois lados foi Chloe, uma ginecologista que trocou seu Canadá para cuidar de grávidas na Cisjordânia. Na rotina de residir em Israel e clinicar na Palestina, ela acabou criando laços em ambos os cenários. Conhece os dilemas da vizinha Ava, uma soldado lotada como guarda de fronteira, bem como a dura rotina de Rand, à espera de um bebê de um presidiário e catando lixo para sobreviver. Mesmo com toda a fortaleza que a medicina pede, Chloe não é capaz de esconder a emoção quando passa a frequentar a casa de Rand. O filme tem muitas mortes, muita ingratidão, mas é também muito sensível e permite que qualquer ocidental se imagine naquela realidade.

Onde assistir: Reserva Imovision ou locação via YouTube e Google Play

Uma Noite em Haifa (2020) 

Amos Gitaï, de 73 anos, é o grande cineasta israelense. Enquanto o seu recente O Último Dia de Yitzhak Rabin não chega ao streaming, vale se aventurar pelo longa anterior, que pode ser visto de graça na plataforma SESC Digital. Uma Noite em Haifa é mais curioso do que bom. Trata de questões de relacionamentos entre pessoas que frequentam o mesmo clube noturno de Israel, localizado justamente na cidade portuária de Haifa – a locação existe de verdade e se chama Fattoush Bar. Israelenses e palestinos convivem pacificamente (mas com algum ressentimento) enquanto bebem, paqueram, conversam sobre arte e fazem planos para o futuro. Há até um casal gay soltinho na boate, algo que não aconteceria na Palestina.

Onde assistir: Portal SESC Digital (gratuito)

A 200 Metros (2020) 

Em uma região com uma fronteira extremamente definida e controlada, algumas pessoas fazem sua vida financeira atuando como “atravessadores”, transportando desde mercadorias até turistas. A vida de um desses profissionais é o tema de A 200 Metros, que oferece um ponto de vista palestino sobre conflito. Mustafa vive nesse vaivém entre Palestina e Israel sem muitos problemas. Mas, no dia em que seu filho sofre um acidente e é hospitalizado, acaba barrado na fronteira e não consegue voltar para sua casa na Palestina. O longa-metragem usa da jornada do pai, interpretado com forte carga dramática por Ali Suleiman, para traçar um panorama sobre a dura vida de pessoas trabalhadoras que acabam afetadas por um conflito mais antigo do que elas – aqui, o lema “família em primeiro lugar” vira regra.

Onde assistir: Netflix ou locação via YouTube, Prime Video, Apple TV+ e Google Play

Nascido em Gaza (2014)  

A ficção faz um ótimo trabalho em traduzir de maneira artística o conflito entre os dois países, mas talvez nenhuma emocione tanto o espectador quanto o documentário Nascido em Gaza. Gravado em 2014, durante uma ofensiva à Faixa de Gaza, o longa acompanha a vida de dez garotos que lutam para sobreviver e buscar uma vida normal em meio aos constantes bombardeios. Diferente de outros produtos carregados de teor político, a película foca a questão humana, retratando como é cruel que crianças nascidas e criadas naquela região sejam obrigadas a passar por terrores que ninguém merece. A cena com um dos meninos lutando contra o estresse pós-traumático deveria ser mais do que suficiente para dar um basta na guerra.

Onde assistir: Netflix

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