Janet Malcolm, autora e repórter curiosa e corajosa, conhecida por suas críticas desafiadoras sobre vários assuntos, desde casos de assassinato e arte e até o próprio jornalismo, morreu nesta quinta, 17, aos 86 anos. Segundo o jornal The New York Times, a causa da morte foi um câncer de pulmão.
Autora de vários livros e histórias de revistas influentes, a profissional nascida em Praga praticava uma espécie de estilo pós-moderno no qual costumava chamar a atenção para seu próprio papel na narrativa, questionando se até mesmo o observador mais cuidadoso era confiável. Ela trabalhava desde 1963 na revista The New Yorker.
"Todo jornalista que não é muito estúpido ou muito cheio de si para perceber o que está acontecendo sabe que o que ele faz é moralmente indefensável", foi como ela começou "O jornalista e o assassino", publicado no Brasil pela Companhia das Letras. O livro de 1990 atacou o clássico do crime de Joe McGinniss, "Visão Fatal", como o caso principal do autor enganando seu assunto, que era o assassino condenado Jeffrey MacDonald.
Analisando uma antologia de 2013 de seu trabalho, "41 Inícios Falsos", para o The New York Times, Adam Kirsch elogiou Malcolm por "uma experiência literária poderosamente distinta e muito divertida". "A maioria das peças do livro mostra Malcolm observando artistas e escritores do presente (David Salle, Thomas Struth) ou do passado (Julia Margaret Cameron, Edith Wharton)", escreveu Kirsch. "Mas o que o leitor lembra é de Janet Malcolm: sua inteligência fria, seu talento psicanalítico para perceber e seu talento para se retrair a fim de permitir que seus súditos se enforquem com suas próprias palavras."
No Brasil, saíram ainda o livro "A Mulher Calada", perfil sobre a poeta Sylvia Plath, e "Anatomia de um Julgamento", a respeito da investigação de Janet sobre a Justiça Criminal.
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