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"Planeta dos Macacos: O Reinado" está em cartaz nos cinemas
“Planeta dos Macacos: O Reinado” está em cartaz nos cinemas brasileiros| Foto: Walt Disney Company/Divulgação

Macacos ou humanos? É difícil saber para quem torcer quando se assiste a algum dos filmes mais recentes da clássica franquia Planeta dos Macacos,  iniciada nos anos 1960Isso porque, desde 2011, quando a saga passou a contar como os símios dominaram a Terra, o espectador acompanhou três filmes que colocavam o inteligente chimpanzé César como um herói maltratado pelos homens. Sua história se encerrou no fim da trilogia, em 2017, deixando muitos curiosos com os próximos passos dos primatas falantes, enfim controlando nosso mundo. Planeta dos Macacos: O Reinado, que está em cartaz nos cinemas brasileiros, começa a descortinar esse futuro e preparar terreno para uma nova trilogia de longas-metragens.

No lançamento, conhecemos Noa, outro chimpanzé que vive em uma tribo que mantém tradições muito bem definidas, como o respeito aos mais velhos e a provação do valor dos jovens para serem reconhecidos como adultos. Isso se passa 300 anos depois das batalhas de César. Quando o novo personagem é apresentado, o filme remete bastante a Avatar, mostrando a rotina tribal na floresta e divertindo o espectador com cenas de computação gráfica muito bem-feitas – não será surpresa se Planeta dos Macacos: O Reinado receber uma indicação ao próximo Oscar em efeitos especiais.

Depois da longa introdução desses costumes pacatos, a história engata e é possível entender que a nova encarnação da franquia chega com um roteiro muito mais complexo. Noa e seus conterrâneos são surpreendidos quando descobrem que outra tribo de macacos está usando armas elétricas para atacá-los enquanto tentam capturar uma mulher, apelidada de Nova. Aqui, vale relembrar que a humanidade não foi dizimada nos outros filmes, ela “só” perdeu o seu valor. Um vírus deixou a maioria dos homens se portando como animais, andando em bandos e buscando alimentos na natureza. Mesmo com esse detalhe da falta de intelecto, Nova parece ser a chave para que Proximus Caesar, o líder dos símios violentos, consiga abrir um cofre que contém armas e tecnologia avançadas.

Distopia que faz pensar

A partir desse ponto, os três diferentes grupos (macacos armados, macacos tribais e humanos) entram em uma corrida para ver quem chega primeiro ao lugar onde restou todo o conhecimento da civilização. Noa encabeça uma frente mais “paz e amor”, de olho nas tradições de sua casa. Já Proximus quer que os macacos se desenvolvam intelectualmente e sejam capazes de dominar a ciência que outrora era humana. Por fim, a mulher representa a esperança de que o Homo sapiens retome o planeta. Nessa distopia, os três lados parecem ter uma ponta de razão e isso é o bacana do roteiro, perfeito para deixar reflexivo quem sai do cinema.  Toda essa trama pode parecer complicada à primeira vista, mas as quase duas horas e meia de filme servem para que não sobre nenhuma dúvida no ar (além de criar pendências suficientes para o próximo filme).

Planeta dos Macacos: O Reinado não exige que o espectador tenha visto todos os nove filmes anteriormente lançados. Há contexto o bastante para quem está se aventurando nessa franquia pela primeira vez. Mas é inegável que a experiência fascina mais quem assistiu à trilogia de César. Mesmo morto há três séculos, o chimpanzé responsável por liberar os macacos é referenciado em mais de uma ocasião – além de ganhar uma cena para seu funeral, que abre a nova obra.

Noa conhece a trajetória de seu antecessor ao longo do filme, entendendo que ele era um pacifista. Já Proximus, que se inspira até no nome de César, enxerga que o antigo protagonista era uma espécie de grande líder na guerra. O Reinado não mostra qual dos dois está certo, uma decisão interessante, pois dá a oportunidade de o roteiro brincar com a ideia de que o tempo condena as futuras gerações à desinformação sobre figuras importantes. Então, para descobrir se Noa ou Proximus estão mais próximos da verdade, o espectador pode maratonar os filmes de 2011, 2014 e 2017 antes ou depois da ida ao cinema.

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