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Animação bíblica

“O Rei dos Reis”, da Angel Studios, se torna sucesso nos cinemas

Cena da animação bíblica "O Rei dos Reis", da Angel Studios
Cena da animação bíblica "O Rei dos Reis", da Angel Studios (Foto: Divulgação)

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O Reis dos Reis é a primeira animação feita pelo Angel Studios, que se tornou conhecido no mundo todo pela série The Chosen – Os Escolhidos e pelo filme O Som da Liberdade, ambos grandes sucessos de público.

E a animação, que conta a vida de Jesus, acerta novamente. Ainda em cartaz, é o 15º filme de maior bilheteria do ano até o momento nos Estados Unidos e, desde sua estreia no Brasil, já levou mais 400 mil espectadores aos cinemas, à frente de filmes como Anora, vencedor do Oscar de melhor filme deste ano. 

Quem dirige o filme é o sul-coreano Seong-Ho Jang, conhecido pelo extenso trabalho na área de efeitos especiais, o que garante alta qualidade visual à obra, sem fazer feio se comparada aos grandes estúdios hollywoodianos. Ele também escreveu o roteiro, e optou por uma interessante escolha narrativa: o filme começa na Inglaterra vitoriana, com o escritor Charles Dickes (1812-1870, autor de Oliver Twist, Grandes Esperanças, entre outros) fazendo uma leitura dramática de Um Conto de Natal no teatro.  

Atrapalhado por seu filho, admirador do Rei Arthur, e pelo gato da família, Dickens resolve contar a história de um rei muito melhor que Arthur e que não precisou matar nenhum dragão para ser legal. É então que ele começa a narrar a vida de Jesus.  

Na realidade, Dickens de fato escreveu um livro em inglês intitulado The Life of Our Lord (A Vida de Nosso Senhor), baseado na história que ele contava a seus filhos todo Natal. O escritor não queria ver o livro publicado, pois era uma obra extremamente pessoal. Por causa disso, só foi lançado em 1934. No Brasil, ganhou uma edição junto com o filme, chamada de O Rei dos Reis: Uma História Contada por Charles Dickens

Voltando ao filme, a narração de Dickens funciona muito bem como fio condutor das principais passagens da vida de Jesus, do debate sobre as escrituras aos 13 anos de idade com os sábios em Jerusalém até a crucificação. 

A única crítica possível é que na versão dublada inevitavelmente se perde o grande elenco reunido para fazer as vozes dos personagens. Lá fora, Jesus é dublado por Oscar Isaac, Dickens por Kenneth Branagh, Uma Thurman faz a mulher de Dickens, Pierce Brosnan é Pôncio Pilatos, Ben Kingsley faz a voz de Caifás, e Mark Hamill a do Rei Herodes. 

Outro fator a ser considerado é que Rei dos Reis não edulcora momentos mais fortes, como a passagem em que Jesus expulsa os vendilhões do templo e quando é açoitado por soldados romanos. A crucificação também traz a evidente carga associada com a morte de Cristo. Com a classificação indicativa recomendada para crianças a partir de dez anos, nada disso, porém, deve ser um problema.

  • O Rei dos Reis 
  • 2025 
  • 105 minutos 
  • Indicado para maiores de dez anos 
  • Em cartaz nos cinemas  

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