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Os acusados foram inocentados na sessão que foi até a madrugada de sábado (14).
Os acusados foram inocentados na sessão que foi até a madrugada de sábado (14).| Foto: Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo

Foram absolvidos os três réus que enfrentaram júri popular no caso da morte do torcedor do Paraná Clube Diego Henrique Raab Goncieiro, então com 16 anos. O julgamento, que começou às 13h30 de quinta-feira (12), foi finalizado na madrugada deste sábado (14), por volta das 3h40. A base da defesa para inocentar os réus Gilson da Silva Teles, Fabio Marques e Juliano Rodrigues foi o relatório de falso positivo no exame de balística. Segundo a defesa, o Instituto de Criminalística errou ao apontar que o projétil encontrado no corpo da vítima era da arma de Juliano Rodrigues.

O advogado responsável por defender os acusados, Cláudio Dalledone, disse que o resultado do julgamento vem com alguns significados, principalmente um alerta para o Instituto de Criminalística. Também sobraram críticas para a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe). “O reconhecimento da inocência deles revela um falso positivo no exame de balística forense. Um sinal também para a delegacia especializada Demafe, que também andou muito mal nesse caso. Três vidas forma executadas, foram humilhadas, encarceradas, destruídas em suas honras, mas receberam do Tribunal do Júri e da Comarca da Capital o reconhecimento da inocência. Resultado defensivo de toda a equipe. Lutamos contra tudo e contra todos. Um resultado muito, muito difícil. Um dos juris de maior complexidade que já enfrentei, mas graças a Deus a justiça prevaleceu”, disse o advogado.

De acordo com as informações da defesa, após o julgamento, o exame de balística apontou que o projétil de cinco raias retiradas do corpo da vítima foi apontado como sendo da arma de Juliano. Porém, a defesa provou que o modelo do revólver era de seis raias. “Isso foi determinante. Então [no decorrer do processo], negaram todas as perícias, negaram contraprovas, negaram três peritos que nós trouxemos, não deixaram ouvir de maneira nenhuma, mas, graças a Deus, e com um bom conhecimento de balística forense, nós conseguimos evidenciar isso com um documento que existia dentro do processo”, afirmou Dalledone.

O soldador aposentado José Roberto Gonciero, pai de Diego, disse que a família vai procurar o advogado deles para recorrer. “Como que um cara que diz que confessou que atirou naquele dia pode ser absolvido. Nós não entendemos nada. Ficamos dois dias lá pra ouvir um monte de coisa sem sentido. Só ficaram falando de perícia, acusando a Demafe, e nem tocaram na morte do meu filho. Nós vamos falar com o advogado e tocar para frente esse julgamento. Chegamos em casa à 4h, não dormimos ainda, e estamos nos sentido inconformados com o resultado”, desabafou Gonciero.

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 1.° de julho de 2012, horas antes de começar a partida entre Coritiba e Sport Recife, no Couto Pereira. O jovem era integrante da torcida organizada Fúria Independente e foi baleado no rosto, em frente à sede da torcida, na Rua Doutor João Skalski, no Jardim Botânico. Ele estava com um grupo de jovens, que iria apoiar a torcida do Sport.

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