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Policiamento nos arredores da Arena da Baixada, no bairro Água Verde, em Curitiba (Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo/ Arquivo)
Policiamento nos arredores da Arena da Baixada, no bairro Água Verde, em Curitiba (Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo/ Arquivo)| Foto:

Brigas e algazarras já não são mais as únicas confusões no entorno da Arena da Baixada, no bairro Água Verde, em dias de jogos do Athletico. A polícia agora também tem precisado agir para coibir arrastões cometidos por torcedores antes e depois das partidas. Somente neste mês de março foram três casos nos bairros Água Verde e Centro em dias de Furacão em campo.

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A última ocorrência foi registrada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar momentos antes da partida entre Athletico e Foz pela quarta rodada do Segundo Turno do Campeonato Paranaense. PMs em patrulhamento nos arredores da arena foram alertados via rádio sobre um arrastão na Avenida Sete de Setembro, a três quadras de distância do estádio athleticano. Duas das cinco viaturas da Companhia de Choque seguiram para o local, nas proximidades de um shopping e da Praça Oswaldo Cruz, mas não conseguiram localizar possíveis vítimas.

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"Mandamos três viaturas, mas quando chegamos na Sete de Setembro, próximo ao shopping, já estava tudo normalizado. A equipe viu os torcedores já se deslocando em direção ao estádio. Eu acredito que possivelmente deve ter acontecido mesmo um arrastão, mas ninguém registrou Boletim de Ocorrência", relata o tenente do Bope Erlington José Medeiros de Barros, em serviço no dia.

A chegada da polícia fez com que parte do bando fugisse. Outros voltaram em direção à Praça Afonso Botelho, a Praça do Athletico, em frente à arena, e foram abordados pelos agentes. Dois foram presos por estarem com pequenas quantidades de maconha, cocaína e ecstasy, mas sem queixa formal, ninguém foi detido por causa do arrastão – que não foi o primeiro na região.

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Antes, pelo menos outros dois ocorreram na mesma área. Um deles foi antes da partida entre Athletico e Toledo, no dia 10 de março, também pelo Campeonato Paranaense. Na ocasião, 14 torcedores do time da capital foram presos por causa arrastão na Avenida Sete de Setembro. A situação foi minutos antes de o jogo começar e, conforme o Bope informou à época, os torcedores criminosos foram identificados a partir de três ligações feitas ao 190.

Quatro dias depois, um novo arrastão assustou torcedores que deixavam a Arena após o jogo entre Athletico e o time boliviano Jorge Wilstermann pela Copa Libertadores da América. Embora nenhuma ocorrência formal sobre o crime tenha sido protocolada, moradores relatam que o arrastão foi feito por jovens de bicicleta que conseguiram levar vários celulares de uma só vez de pessoas que estavam na Avenida Getúlio Vargas, ao lado do estádio.

"Foi muito rápido e deu pra ouvir o pessoal reclamando alto. Eles passaram de bicicleta e foram roubando. Só que, ao mesmo tempo, eles também já iam repassando esses celulares para outras pessoas que estavam no meio do povo. Então, mesmo que fossem presos, ninguém iria encontrar nada com eles", descreveu o militar da reserva Moisés Gomes, de 74 anos, que mora próximo da Arena. "Até fiquei admirado porque isso não é comum por aqui", acrescentou.

Nem tão raros

Para a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe), unidade da Polícia Civil que investiga crimes relacionados a torcedores, esse tipo de ocorrência no entanto, ainda é desconhecida, já que ninguém foi encaminhado à unidade por causa de arrastões diretamente ligados a partidas de futebol. "O que geralmente chega para a gente não é muito da questão patrimonial, e sim mais a ver com tumulto, algazarra", afirma o titular da delegacia, Clóvis Galvão.

Já para o Bope, os arrastões não são tão surpreendentes.  "O que a gente percebe é que grupos grandes se reúnem em terminais para irem a pé até o estádio e, no caminho, onde eles encontram pessoas isoladas, usam a força para subtrair pertences. Boa parte dos torcedores que não têm situação financeira para entrar no estádio e fica do lado de fora começa exatamente a provocar pequenos delitos, arrastão, brigadas generalizadas", descreve o tenente Barros. "O objetivo da nossa companhia é fazer uma situação de controle ao redor do estádio, mas é claro que também acabamos fazendo patrulhamento justamente para evitar essas situações".

Em nota, o comando da PM reforçou que o 1.º Comando Regional, responsável pela coordenação de policiamento em toda a capital, atua com planejamento prévio para atender grandes eventos – incluindo jogos de futebol – e que isso significa mais policiamento preventivo nos arredores dos estádios. Contudo, a assessoria da PM não se pronunciou especificamente sobre os arrastões.

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