Um homem foragido da Justiça foi preso terça-feira (24) no ônibus Alferes Poli, que faz o trajeto da Praça Rui Barbosa, no Centro, ao bairro Fanny. A Alferes Poli é conhecido há mais de dez anos por “linha do terror”, já que a maioria dos passageiros não paga passagem e o ônibus é usado para tráfico e consumo de drogas, bem como transporte irregular de animais e objetos geladeira, fogão, e até um toldo. Segundo dados do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), apenas 23 passageiros, em média, pagam a tarifa diariamente na linha, o que gera prejuízo de cerca de R$ 1,3 mil por dia - a linha arrecada diariamente somente R$ 98 e custa R$ 1,387 mil para operar.
O rapaz de 22 anos foi detido em uma batida da Guarda Municipal no ônibus, na Rua 24 de maio. Ele foi entregue à Polícia Civil na Delegacia de Vigilância e Captura. Com mandado de prisão aberto, o rapaz estava foragido por descumprir regras do regime de pena semiaberta. Ele estava com tornozeleira eletrônica desde junho e cumprir pena na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
No último dia 17 de outubro, em batida da Guarda Municipal um dia após a Gazeta do Povo publicar reportagem mostrando que há pelo menos 10 anos nada era feito para coibir a violência no Alferes Poli, 23 pessoas foram encaminhadas ao 1º Distrito Policial por não pagar a passagem. Desde então, a Guarda Municipal vem fazendo fiscalizações na linha, que corta a favela do Parolim.
O nível de medo na linha Alferes Poli é tamanho que muitos passageiros evitam a linha, preferindo o ônibus Guilhermina, que tem trajeto bastante parecido. Como ambas fazem a ligação entre a Praça Rui Barbosa e as proximidades da Linha Verde, no Fanny, o Guilhermina se transformou na opção segura para quem paga normalmente a passagem.
Entretanto, Isso não quer dizer que os passageiros não tenham problemas por causa da troca. Uma moradora do Parolin que não quis se identificar, por exemplo, precisa fazer um caminho maior na hora de levar o filho para a escola para poder embarcar no Guilhermina. “Para mim, era mais fácil embarcar no Alferes Poli. Pegava todos os dias principalmente para levar um dos meus filhos na escola, mas depois do que vem acontecendo, procuramos alternativas”, conta.
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