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Busto de Monsenhor Celso na Praça Garibaldi foi o primeiro a retornar  após restauro. | Cesar Brustolin/Prefeitura de Curitiba
Busto de Monsenhor Celso na Praça Garibaldi foi o primeiro a retornar após restauro.| Foto: Cesar Brustolin/Prefeitura de Curitiba

Após quase dez meses, parte dos 40 bustos recolhidos pela prefeitura para restauro começam a retornar para as praças de Curitiba. A novidade é que agora eles terão um sistema de rastreamento e alarme antifurto para tentar contornar a onda de furtos de peças de cobre na cidade.

A recuperação teve início em janeiro deste ano, após dezenas de obras terem sido furtadas, em especial na Praça Santos Andrade, no Centro. O primeiro busto a voltar às ruas é do Monsenhor Celso, padre que foi vigário geral da Diocese de Curitiba, recolocado na Praça Garibaldi, no Centro Histórico, no último dia 21. A perspectiva é de que outras obras estejam de volta até o fim de dezembro.

“Os próximos bustos a serem devolvidos serão os da praça Santos Andrade, de onde foram retirados cinco monumentos”, explica Marcelo Sutil, diretor de patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). No entanto, quem passar pelo local deve notar a ausência de bem mais do que cinco bustos: antes do início da preservação, outras dez obras chegaram a ser furtadas do local. Os crimes se intensificaram ao longo de 2017 e integraram uma onda de furtos de equipamentos públicos , que também acomete fios de luz, semáforos, hidrômetros, entre outros metais recicláveis.

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Por isso, além de limpeza e restauro artístico, os bustos removidos estão recebendo o sistema de segurança para rastreá-los em caso de furtos. “Não podemos entrar em detalhes sobre como isso funciona para não prejudicar a eficácia do sistema ou ajudar os criminosos a estragá-lo”, esclarece Sutil. Mas o que se sabe é que a Polícia Civil também está em ação para tentar conter este tipo de furto. Parceria firmada com a prefeitura fez com que a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) criasse uma equipe específica para investigações de furtos de peças de cobre e bronze.

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Praça Santos Andrade, no Centro, é um dos principais alvos dos ladrões de bustos em Curitiba.Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

As investigações focam nos receptadores destes materiais, principalmente ferros velhos de Curitiba e região metropolitana, para tentar coibir os furtos. Denúncias podem ser feitas pelo telefones (41) 3218-6100 e (41) 98510-1001. As denúncias ainda podem ser feitas pelo (41) 3218-6100.

Mapeamento e fixação

Outra ferramenta para preservar as obras é o mapeamento em 3D de todas elas. “As peças são registradas em alta resolução de todos os ângulos. Com esse trabalho de escaneamento conseguimos preparar um molde e recuperar a peça caso ela seja vandalizada ou furtada”, conta Sutil.

Além disso, o sistema de fixação das obras também foi melhorado. Como a maioria delas é oca, a FCC desenvolveu uma forma de concreta-las à base sem danificar a obra. “A ideia é que ninguém mais roube o bronze público de Curitiba para trocar por droga, o que nos faz perder para sempre o gesto dos grandes escultores do Movimento Paranista”, declarou o prefeito Rafael Greca.

De acordo com o diretor de patrimônio da Fundação Cultural, Curitiba tem, ao todo, 305 bustos. No entanto, apenas os dos bairros centrais da cidade estão passando pelo processo por estarem em regiões mais visadas pelos vândalos e criminosos.

Os reparos fazem parte do Programa de Preservação do Patrimônio de Arte Escultural de Curitiba. O restauro e a devolução de todos os bustos recolhidos do Centro deve estar concluído até o fim de março de 2019, segundo estimativa da FCC.

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