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Árvore que caiu nesta terça na Avenida Iguaçu, em Curitiba | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Árvore que caiu nesta terça na Avenida Iguaçu, em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A queda de quatro árvores que compunham a paisagem viária de Curitiba em menos de uma semana reacendeu a preocupação dos moradores quanto à necessidade de reforçar o monitoramento dessas plantas na capital. Nesta terça-feira (6), por volta das 9h30, um jacarandá de grande porte cedeu e atingiu três carros que estavam estacionados na Avenida Iguaçu. Por pouco, a árvore não caiu sobre um motorista que tentava parar o carro no local. Mas a situação, segundo que passa pela região todos os dias, já era anunciada.

Veja o cronograma das próximas vistorias nas árvores de Curitiba

“Essa árvore estava podre. E tem mais aí prestes a cair”, apontou a proprietária de uma loja próxima ao local do acidente, que preferiu não se identificar. Foi o quarto caso semelhante em Curitiba desde a última quinta-feira (1°.), quando uma árvore de mais de 20 metros caiu em meio à Praça Rui Barbosa, uma das praças mais movimentadas da cidade.

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“Foi um barulho muito alto. Até achei que tinha sido batida”, comentou a porteira Tânia Lima, que trabalha em um prédio em frente ao local onde o jacarandá caiu na manhã de terça. O trecho fica no bairro Rebouças. Segundo a porteira, a chuva estava fraca no momento da queda, e não ventava. Por sorte, não havia pedestres circulando, embora um homem estivesse tentando manobrar o veículo para estacionar próximo ao ponto do acidente. Ninguém se feriu.

No entanto, de acordo com Tânia, não é de agora que quem circula pela região já não se sente mais tão seguro de deixar o por ali. “Até tinha um rapaz que estacionava sempre aqui, mas ele parou porque disse que a árvore estava meio danificada e não queria arriscar. Aí a gente fica pensando porque tem tanta árvore aí. Dá medo sim”, afirmou.

Também foi o receio que levou moradores de um condomínio na Rua Padre Agostinho, no Bigorrilho, a pedirem a retirada de uma árvore do local em fevereiro deste ano por meio de um pedido pelo telefone 156. De acordo com a própria prefeitura, uma equipe enviada ao local constatou que as condições fitossanitárias da árvore estavam conservadas e que, por isso, ela não foi retirada na época. Contudo, na sexta-feira passada (2), um caminhão enroscou nos galhos desta mesma árvore e ela, então, foi cortada.

“Essa mesma árvore, a agente estava vendo que ela iria cair a qualquer hora. Ela estava baixando, teve chuva e deve ter pesado mais ainda. Aí o caminhão bateu”, relatou a arquiteta Jane Maria Sant’Ana, de 57 anos, que mora no condomínio na Rua Padre Agostinho de onde saiu o pedido para a retirada da árvore. “A gente estava com medo de ela cair até em cima do ponto do ônibus”, conta.

Grandes demais

Apesar de a chuva, em grande parte das situações, estar presente, Flávio Zanette, engenheiro agrônomo e professor do departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo da Universidade Federal do Paraná, reafirma que a questão não tem relação apenas com o tempo. O especialista destaca a necessidade urgente do município assumir uma política de redução das copas das árvores.

De acordo com Zanette, o perigo está no excesso de árvores frondosas, que são inadequadas para o arruamento urbano. Além disso, boa parte destas árvores, plantadas na década de 1970, tiveram a estrutura comprometida pelas obras e por instalações subterrâneas que foram evoluindo pela cidade com o passar dos anos.

“As instalações tomam os lugares das raízes e, é claro, com uma copa enorme destas árvores é fácil de entender [as quedas recentes]. Definitivamente deve haver uma política de poda drástica, de renovação das copas das árvores da cidade das ruas. Nos parques, nos bosques tudo bem, mas nas ruas... Temos que rogar a São Pedro para não dar vento porque os estragos podem ser muito maiores”, avalia o professor.

Vistorias

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) defende que sabe onde ficam as árvores mais antigas e de grande porte espalhadas pela cidade e que, com isso, consegue fazer um monitoramento constante.

Além disso, a pasta informou que, em abril, iniciou trabalhos de vistoria, poda e limpeza de árvores em grandes avenidas e canteiros da cidade. A primeira etapa foi concluída no início de maio na Rua Capitão Leônidas Marques e na Avenida Nossa Senhora de Lourdes, no Uberaba. Agora, também passam por avaliação as árvores da Avenida Francisco dos Santos, também no Uberaba – onde o plantio de 220 árvores deve ser concluído nesta semana.

A intenção da prefeitura é de que, nos próximos quatro meses, as ações sejam feitas ainda em outras 16 grandes avenidas da cidade, incluindo a Avenida Iguaçu, onde houve a queda do jacarandá nesta terça.

Além das podas, as vistorias feitas podem indicar a necessidade de remoção de árvores em risco de queda, afirmou a secretaria, que orientam todas as vistorias das solicitações vindas da população via 156. “Elas são retiradas conforme a avaliação de risco fitossanitário, com avaliações técnicas específicas. As retiradas são substituídas gradativamente. As retiradas são substituídas gradativamente”, informou a prefeitura sobre as árvores em risco.

Veja o cronograma das próximas vistorias nas árvores de Curitiba

- Avenidas Nossa Senhora da Luz, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco e Nossa Senhora da Penha

- Avenida Presidente Affonso Camargo (iniciada nesta semana)

- Avenida Presidente Washington Luiz

- Avenida Victor Ferreira do Amaral

- Avenida Presidente Kennedy

- Avenida Presidente Arthur da Silva Bernardes

- Avenida Iguaçu

- Avenida Getúlio Vargas (entre Avenida Marechal Floriano Peixoto até Rua Conselheiro Laurindo)

- Avenida Silva Jardim

- Avenida Cândido de Abreu

- Avenida Manoel Ribas

- Via Vêneto

- Avenida Fredolin Wolf

- Avenida Comendador Franco (Avenida das Torres)

- Avenida Mascarenhas de Morais

- Avenida Jornalista Aderbal Gaertner Stresser e Rua Osiris Del Corso

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