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Após instalação de comportas, cavas em Piraquara vão armazenar 4 bilhões de litros de água para o sistema da Sanepar dentro do projeto Reserva Hídrica do Futuro.
Após instalação de comportas, cavas em Piraquara vão armazenar 4 bilhões de litros de água para o sistema da Sanepar dentro do projeto Reserva Hídrica do Futuro.| Foto: Sanepar

Aposta de reforço para o abastecimento de Curitiba e Região Metropolitana (RMC), a captação de água na Reserva Hídrica do Futuro deve começar em outubro. As obras para interligar as primeiras cavas ao sistema da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) começaram no fim do ano passado, com o trabalho de limpeza das cavas de Piraquara, que agora vão receber comportas para interligá-las ao sistema de abastecimento.

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A reserva foi anunciada em 2020 pelo governo estadual como um corredor ecológico para preservar um corredor de 150 quilômetros de extensão da bacia do Rio Iguaçu - de Piraquara até Balsa Nova, passando por Curitiba. Em 2021, o estado fechou acordo com as prefeituras não só para preservação ambiental e produção de água, mas também criação de novos parques em uma área equivalente a 1.800 hectares.

A captação nos panelões de água formados pela extração de areia na bacia do Iguaçu ganhou ainda mais força com a crise hídrica, quando a estiagem deixou Curitiba e cidades vizinhas sob racionamento por quase dois anos. A ponto de a Sanepar considerar que a produção da Reserva Hídrica do Futuro, junto com outras ações, pode ser suficiente para descartar a construção de uma sexta barragem do sistema. Atualmente, a Sanepar opera quatro represas na grande Curitiba com previsão de que a quinta, a do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais, entre em operação no fim de 2022 com dois anos de atraso.

A meta é de que em dez anos toda a estrutura da Sanepar seja instalada e a reserva opere como uma barragem de fato, capaz de produzir 44 bilhões de litros de água. Como comparativo, a Miringuava, cujas obras foram retomadas em abril após seis meses paradas, terá capacidade para 38 bilhões de litros de água - cerca de 15,7% a menos do volume a ser extraído das cavas do Iguaçu.

Da captação da reserva, 13 bilhões de litros de água serão armazenados para envio direto ao sistema de tratamento. Já a maior parte do volume das cavas, 34 bilhões de litros, vai receber tratamento especial para ser lançada no Rio Iguaçu com menos carga orgânica e nutrientes. A partir do uso de plantas aquáticas, a Sanepar vai diluir as partículas de poluição nesse volume que será despejado no rio para aumentar a qualidade e a produtividade da captação na Estação Iguaçu, que pega água diretamente no leito.

"Esse conjunto de ações vai permitir que as cavas e o próprio Rio Iguaçu tenham mais água propícia para captação quando todo o projeto for concluído", informa à Sanepar em nota à Gazeta do Povo.

A primeira interligação está sendo feita em três complexos de cavas que ocupam 300 hectares em Piraquara, em uma área entre a BR-277 e a Rua Pastor Adolfo Weidmann. Quando forem interligadas por comportas, essas cavas serão capazes de armazenar 4 bilhões de litros de água, o que vai reforçar a captação na Estação Iguaçu em 200 litros por segundo. Essa quantidade equivale a todo volume de água captada pela Sanepar em ações alternativas para reforçar o sistema de Curitiba e região no pior momento da crise hídrica em 2020, com coleta de água em outras cavas, como a da Pedreira Orleans, em Campo Magro.

As comportas permitirão a saída da água das cavas para captação. A água vai ser conduzida ao canal paralelo de adução da Estação Iguaçu e ao canal de água limpa que vai direto para o rio. O sistema de comportas também permitirá à Sanepar controlar o volume nas cavas, não só a partir da saída de água, mas também na entrada do excedente das chuvas, ajudando também no controle de enchentes.

Água nos parques

Outra área de cavas que deve começar a fornecer água em breve é a região Sul de Curitiba, onde até o fim desse ano a prefeitura deve inaugurar um parque dentro da parceria do governo com os municípios no projeto da Reserva Hídrica do Futuro.

Para evitar a ocupação irregular do espaço de 5 quilômetros quadrados que vai da Rua Nicola Pellanda à BR-116 entre os bairros Umbará, Caximba e Campo de Santana, a prefeitura vai instalar um parque que será oito vezes maior que o Barigui. Pelo acordo, a água excedente desse complexo de cavas na área de lazer será transportada por adutora para o abastecimento da cidade vizinha de Fazenda Rio Grande, cuja prefeitura também pretende instalar um parque na região.

Além das prefeituras de Curitiba e Fazenda Rio Grande, o próprio governo do estado também vai montar quatro parques na áreas de preservação da Reserva Hídrica do Futuro, através da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec).

O primeiro que deve ser concluído ainda em 2022 é o Parque Natural do Iguaçu, em Araucária. Na sequência, serão concluídos mais dois parques em São José dos Pinhais e outro em Piraquara, justamente onde a Sanepar está instalando o sistema de captação. Nesses quatro parques também haverá captação de água pela Sanepar.

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