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Parte das viaturas que foram acionadas para prender dono de bar na Avenida Manoel Ribas, em Curitiba.
Parte das viaturas que foram acionadas para prender dono de bar na Avenida Manoel Ribas, em Curitiba.| Foto:

A corregedoria da Polícia Militar do Paraná (PM-PR), responsável por apurar irregularidades envolvendo policiais militares, vai investigar se houve excesso na conduta de PMs que prenderam o dono de um bar na região central de Curitiba por ele não querer assinar um boletim de registro por perturbação de sossego. O caso foi por volta das 20h30 de quarta-feira (3) e ganhou grande repercussão pelo número de viaturas mobilizadas para a ação: seis ao todo. Ao final, duas pessoas foram conduzidas para um cartório policial próximo.

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Segundo a PM, a investigação para apurar as circunstâncias dos fatos é de praxe em ações policiais em que existem denúncias e que qualquer pessoa que se sinta ofendida em ações assim deve procurar os órgãos competentes para formalizar a queixa.

Como nesta quinta-feira (4), a corporação também foi questionada sobre a quantidade de viaturas deslocadas para prestar apoio à situação. Em nota, ela explica que é comum que as equipes solicitem apoio em ocorrências em que os ânimos começam a se alterar.

Já a ação policial do último dia 28 de março contra um grupo de pessoas que estava em um estabelecimento entre as ruas Paula Gomes e Trajano Reis, no Largo da Ordem, e que também repercutiu após denúncias de truculência, não será investigada pela corregedoria.

O caso que agora está na mesma do coronel Ênio Soares dos Santos, corregedor-geral da PM-PR, diz respeito à prisão de um dos donos de um bar no início da Avenida Manoel Ribas, no bairro São Francisco, em Curitiba. Ele foi algemado e levado do estabelecimento por policiais militares por ter se recusado a assinar um boletim de registro sobre perturbação de sossego.

No local, havia uma apresentação com violão e gaita que incomodou vizinhos. Mas, de acordo com nota dos advogados do empresário detido, ele se recusou a assinar por não ter sido o contratante dos músicos – o que ele teria informado à polícia no momento da abordagem. Quando os policiais chegaram, os músicos não estavam mais na casa.

O momento da prisão foi registrado em celulares por clientes. Em uma das gravações aparecem dois policiais algemando o dono do bar e seguindo com ele para o lado de fora do estabelecimento. Um dos PMs chega a mostrar para a câmera a identificação colada junto à farda. Outro vídeo mostra a mesma ação de um ângulo diferente, a partir do qual é possível ver vários clientes contestando a conduta dos policiais militares.

O proprietário do bar foi encaminhado a uma unidade da PM na Rua Saldanha Marinho, junto com uma cliente que, segundo a PM, foi levada por desacato à autoridade. Os dois foram liberados logo depois.

O episódio foi repudiado pela Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento, Lazer e Similares do Estado do Paraná (Feturismo) e pelo Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindiabrabar). As entidades se referiram ao que chamaram de "forma e a condução e investidas desproporcionais de policiais ou operações das forças da segurança pública, em especial a Polícia Militar contra o nosso setor"

"Somos a favor de fiscalizações, abordagens e um trabalho mais ostensivo e de inteligência nas áreas críticas e de crescimento de violência e tráfico da capital e nas cidades pólos do Estado. (...). Mas também é necessário a reciclagem, requalificação e um melhor preparo dos que estão na linha de frente principalmente uma melhor gestão e aplicação dos recursos, viaturas, contingentes e equipamentos para não causar uma desguarnecida em áreas que necessitam de patrulhamento e apoio ostensivo ".

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