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Vadico,
como era conhecido, tinha trânsito fácil nas redações e no poder público
Vadico, como era conhecido, tinha trânsito fácil nas redações e no poder público| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

“Ele adorava a comunicação como um todo”. É assim que Rafael Tavares de Mello, diretor de redação da Tribuna do Paraná, explica a carreira do pai, o publicitário e cronista esportivo Osvaldo Tavares de Mello, falecido no último dia 9, aos 69 anos, após complicações em uma cirurgia de retirada de vesícula. Cativante, Vadico – como era mais amplamente conhecido – tinha trânsito fácil não apenas pelas redações e pelo poder público, mas por diversos círculos sociais do estado.

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Natural de Alto Paraná, região Noroeste do estado, foi o motivo da ida de toda a família para Curitiba quando ainda era criança, pois precisava tratar um problema de visão. Acabaram fixando residência na capital, onde Vadico traçou os primeiros passos na comunicação por meio do rádio. Como tocava sanfona, participava de ambientações em radionovelas. Em seguida, se tornou repórter de assuntos gerais, tendo como um dos principais marcos desse início de carreira a entrevista com João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, preso em Curitiba em 1967. O jovem repórter foi um dos primeiros a conversar com João.

Repórter de campo, comentarista e membro de equipes de jornalismo esportivo, a migração para a crônica esportiva – vertente mais literária de análise e relato dos lances e aspectos do futebol – foi natural para ele. Mais tarde, seria presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná (Acep) e vice-presidente da Associação Brasileira dos Cronistas Esportivos (Abrace). Sua atuação em jornais impressos se dava principalmente pelo trabalho como publicitário, especialmente no interior do Paraná. Por essa função, passou por redações como as da Gazeta do Povo e de O Estado do Paraná.

Na política, trabalhou com o ex-governador Paulo Pimentel e foi secretário de comunicação de Foz do Iguaçu. A paixão pelo Athletico Paranaense é um capítulo à parte em sua vida. Fez parte do Conselho do clube e foi Relações Públicas, auxiliando no relacionamento com os meios de comunicação e outros setores da sociedade. Torcedor fanático e frequentador da redação da Tribuna, como uma espécie de “paizão” da equipe, no dia seguinte a uma derrota do time aguentava as brincadeiras no ambiente com firmeza.

Não só na vida profissional, mas em todos os aspectos de sua vida, “tinha um círculo impressionante de relacionamento. Ele tinha um estilo cativante de lidar com as pessoas”, conta o filho Rafael. Há mais de 20 anos, travou uma grande amizade com o Padre Gabriel Figura, da Igreja dos Passarinhos, no Bigorrilho. Boêmio por toda a vida, Vadico surpreendeu ao passar a ir à missa toda semana, que sempre era antecedida por um café e prosa com o padre.

Fez parte da organização d’Os Metralhas, clássica banda de Curitiba, em sua primeira formação. Apesar de tocar teclado eletrônico e sanfona, seu papel no grupo era para além do palco, fazendo a parte de relacionamento da banda e marcando shows, como o profissional da comunicação que era. Deixa esposa, três filhos e quatro netos.

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