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 | Josue Teixeira
| Foto: Josue Teixeira

O comerciante lapeano que lutou na Segunda Guerra Mundial foi um patriota exemplar até os 94 anos. No último dia 15 – justamente na data da Proclamação da República e no dia que, 64 anos antes, conheceu sua esposa – deixou de sorrir. A lembrança permanecerá viva para os familiares e gerações de conterrâneos que Walter Weiss ajudou a formar.

Walter nasceu em 1920 e viveu quase toda a vida na pequena cidade. O período de 1943 a 1945 foi diferente. Atravessou o Atlântico e lutou na Itália contra os alemães. "Ele nunca foi militar. Serviu ao Exército, mas ficou como reservista. Tinha muito orgulho de ter sido ex-combatente e amava ter feito parte desta história", conta a filha Hildegard Weiss Sera.

Descendente de alemães, o lapeano atuou como interlocutor nas fronteiras inimigas. Um fato curioso também marcaria essa história: Walter teve de usar o uniforme dos países do Eixo. O motivo? A roupa fornecida pelos norte-americanos não servia para homem "corpulento". Essa era uma das recordações mais marcantes do pai, segundo a filha.

Gostava de atuar como um "meio-campo" na batalha. A postura equilibrada continuou depois que voltou do front. Quando era questionado sobre o que vivera durante a guerra, o ex-combatente preferia falar dos amigos que fez e das passagens mais leves – aquelas menos traumáticas. As memórias dos combates viraram livro, que escreveu aos 70 anos de idade.

O conflito terminou com a vitória dos Aliados e Walter voltou para o Brasil. Retomou os negócios da família e tocou um açougue. Também não deixou as atividades militares de lado: participava de encontros da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e aceitava todos os convites para falar em escolas e cursos sobre a experiência. Foram gerações de lapeanos aprendendo sobre História direto da fonte.

Ademais, trouxe da guerra uma boa ideia: lá, viu o transporte de bois e cavalos em caminhões. Quando voltou, tratou de ir a São Paulo e encomendou um veículo adaptado para esse tipo de transporte. O pracinha iniciou essa prática no país. "Ele era muito observador, tinha alma de inventor. Fabricava coisas e tinha muitas ideias", lembra Hildegard.

Já na nova década, precisamente em 1950, conheceu Adélia – a futura esposa. Ela deixou o Litoral do estado para viver na Lapa e criar a família ao lado do expedicionário. A dedicação aos filhos e à família era extrema.

A vida bem vivida de Walter ultrapassou os limites da idade. Depois da aposentadoria, por influência de Adélia, o casal passou a participar de excursões e ocuparava muitos de seus dias com viagens desbravadoras, inclusive fora do país. Mas nada de avião! Walter dizia que poderia atravessar o mundo por terra ou por mar, mas voar não estava entre as ações possíveis do lapeano.

Patriota, o ex-combatente participou em setembro de seu último desfile do Dia da Independência. No fim daquele mês, o avô Walter também compareceu ao casamento de uma das netas. Para a família e conhecidos, ele deixa o legado de ter participado ativamente da história e o gosto pela vida. "A qualquer pessoa que se pergunte: todos se lembram do sorriso dele", diz a família.

A saúde piorou em outubro. Foi internado por causa das complicações de uma pneumonia. Partiu em novembro. Recebeu todas as honras militares no enterro: cortejo, bandeira e salva de tiros. Deixa esposa, três filhos, cinco netos e um bisneto.

Dia 15, aos 94 anos, de insuficiência cardíaca, em Curitiba.

Abegair Schroeder, 80 anos. Profissão: do lar. Filiação: Paulo Pinna e Laura Finau. Sepultamento ontem.

Adinir Gazola, 73 anos. Profissão: do lar. Filiação: Pacifico Zandona e Maria Zandona. Sepultamento ontem.

Alceu Silveira, 61 anos. Profissão: mecânico manutenção. Filiação: João da Silveira e Leocadia da Silveira. Sepultamento hoje, Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo de Vertical.

Diva Walter, 86 anos. Profissão: comerciante. Filiação: José de Assis Teixeira e Rosa de Assis Teixeira. Sepultamento às 10 h, Paroquial de Campo Comprido, saindo da Capela Mortuária Paroquial Campo Comprido.

Edevaldo Gonçalves de Souza, 58 anos. Filiação: Pedro Gonçalves de Souza e Amélia de Souza Mello. Sepultamento às 10 h, Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo de Vertical.

Edith Karam Capararo, 101 anos. Profissão: do lar. Filiação: Kalil Karam e Maria Chueri Karam. Sepultamento ontem.

Elsa da Silva Muhlstedt de Camargo, 69 anos. Profissão: costureiro(a). Filiação: Roberto Muhlstedt e Dulcilina Bueno da Silva. Sepultamento ontem.

Esligni da Costa Lima, 79 anos. Profissão: militar. Filiação: David Moura Lima e Jovita Costa Lima. Sepultamento ontem.

Francisco Benedito da Silva, 82 anos. Profissão: funcionário público estadual. Filiação: João Benedito da Silva e Rosa Generoza da Conceição. Sepultamento ontem.

Izaltino Alves Pires, 91 anos. Profissão: motorista. Filiação: Hypolito Alves Pires e Petronilha Alves Pires. Sepultamento ontem.

João Scipioni, 88 anos. Profissão: motorista. Filiação: Pedro Scipioni e Rosalina de Jesus Henrique. Sepultamento ontem.

João Teixeira da Silva, 61 anos. Profissão: carpinteiro. Filiação: Jorge Teixeira da Silva e Dozanjo Vieira da Rosa. Sepultamento ontem.

Lindaura Vieira de Moraes, 77 anos. Profissão: do lar. Filiação: José dos Santos Vieira e Vitória Bela Vieira. Sepultamento ontem.

Longina Gluchowski Pereira, 90 anos. Profissão: professor(a). Filiação: Wenceslau Gluchowski e Stefania Gluchowski. Sepultamento ontem.

Manoel dos Santos Nascimento, 67 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Augustinho Eleutério do Nascimento e Ana Rosa dos Santos. Sepultamento hoje, Paroquial de Umbará, saindo de residência.

Maria José de Oliveira Bello, 78 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Gonçalves e Rosa Gonçalves. Sepultamento ontem.

Marlene Zunino, 73 anos. Profissão: contador(a). Filiação: João Zunino e Inêz Pereira Zunino. Sepultamento ontem.

Milton Massacazu Massaiox, 62 anos. Profissão: taxista. Filiação: Ichirae Massaiox e Hazue Ymamura Massaiox. Sepultamento ontem.

Renato Afonso, 68 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Egídio Afonso e Júlia Maximina. Sepultamento ontem.

Rodrigo Ferreira May, 20 anos. Profissão: auxiliar. Filiação: Valmir May e Denise Ferreira. Sepultamento ontem.

Sofia Barros dos Santos, 87 anos. Profissão: do lar. Filiação: Luiz Barros da Silva e Maria da Assunciacao. Sepultamento às 10 h, Crematório Perpétuo Socorro (Campo Largo PR), saindo da Capela da Luz.

Zeferino Alves da Cruz, 75 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Francisco Alves da Cruz e Gertrudes Alves da Cruz. Sepultamento hoje, Guarituba (Piraquara), saindo da Capela Mortuária no Bairro Tarumã em Pinhais -PR.

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