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Ipê amarelo da Rodoferroviária, talvez o mais bonito de Curitiba. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Ipê amarelo da Rodoferroviária, talvez o mais bonito de Curitiba.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Depois de uma florada muito tímida em julho e agosto, os ipês mostram toda sua beleza em setembro e surpreenderam os curitibanos. Segundo especialistas, a situação foi verificada de maneira geral nas flores da época e aconteceu devido ao longo período de seca - aliado às altas temperaturas. Assim, o florescimento demorou, mas aconteceu de forma mais intensa, colorindo a cidade.

Segundo o biólogo José Tadeu Motta, que trabalha no Jardim Botânico de Curitiba, o ipê floresce em pleno inverno, quando perde suas folhas para, então, florescer. No entanto, como as condições da estação este ano foram atípicas, com poucas chuvas e muito calor, as árvores adiaram a florada.

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“Ao invés de aparecerem já em julho, as flores só vieram em massa agora em setembro e estão abrindo de forma espetacular. Inclusive, estou achando mais bonito do que nos outros anos”, comentou.

A situação, de acordo com ele, pode ser verificada facilmente pelas ruas de Curitiba ao contemplar diferentes espécies que colorem a cidade. “Além dos ipês, as árvores quaresmeiras, conhecidas como manacás, também floresceram de forma intensa”, relata.

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“Ainda temos as extremosas, o hibisco, as bauínias - chamadas popularmente de pata de vaca – e a flor de São João, que é aquela trepadeira com flor alaranjada vista nas cercas do Jardim Botânico. Todas estão muito bonitas”, completou.

As únicas exceções são as espécies cultivadas para plantio, que permaneceram em estufa durante todo o inverno e não sentiram as mudanças no clima. “Essas estão dentro da normalidade”, explicou o biólogo.

Ipê amarelo da Praça Rui Barbosa, no Centro. Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Florada mais curta

Enquanto as árvores pelas ruas de Curitiba permanecem repletas de flores e atraem olhares, a mudança pode trazer impactos significativos no tempo da florada e polinização, que tende a ser mais curto. De acordo com Motta, o período de florescimento entre julho e outubro proporciona três meses para a perpetuação da planta por meio dos polinizadores. “Desta vez, possivelmente, teremos apenas um mês para isso”, explica.

Um exemplo, segundo ele, foram os amores-perfeitos, que coloriram o Jardim Botânico por pouco tempo. “Essa flor é típica de inverno, então estava muito bonita, mas teve duração bem mais curta do que em anos anteriores devido à falta de chuvas”.

Árvores recém-plantadas

O tempo seco deste inverno também prejudicou centenas de árvores recém-plantadas espalhadas pela capital. Conforme o técnico agrícola Roberto Larimi Salgueiro, responsável pela produção de mudas e plantio de árvores de Curitiba, esse foi o caso de 500 mudas de ipês-amarelos plantados no mês de agosto.

“Não esperámos uma seca tão forte, então, temos que molhá-las todos os dias para que comecem a se desenvolver e não morram. Afinal, a vida da árvore depende do sol, mas também da chuva”, argumenta.

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