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Jovem de 18 anos morreu depois de levar um tiro da PM na Grande Curitiba (Foto: Lineu Filho/ Tribuna do Paraná)
Jovem de 18 anos morreu depois de levar um tiro da PM na Grande Curitiba (Foto: Lineu Filho/ Tribuna do Paraná)| Foto:

Um motoqueiro de 18 anos morreu atingido por um tiro disparado por um policial militar na tarde deste domingo de Páscoa (21), no Km 70 da BR-277, próximo ao viaduto do Contorno Leste, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Segundo a Polícia Militar, a vítima só foi baleada porque teria sacado um revólver e atirado antes contra o policial - versão que a família contesta. A Polícia Civil investiga o caso.

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A ocorrência foi por volta das 14h40. Segundo a corporação, uma escrivã da Polícia Civil que viajava pela BR-277 no sentido Litoral-Curitiba se deparou com um grupo de oito motociclistas passando pela rodovia, sendo que um deles teria uma arma debaixo da camiseta. A situação foi repassada à corporação pelo 190.

Uma equipe foi deslocada logo em seguida e teria encontrado o grupo na região do bairro Guatupê, já em São José dos Pinhais. Ali, os policiais iniciaram uma perseguição, momento em que, conforme a Polícia Militar, Leandro Pires Cordeiro, de 18 anos, teria atirado contra um dos policiais, que revidou e atingiu o rapaz.

“Houve o revide e ele acabou alvejado”, afirmou o tenente Rafael Gumbowsky, do 17.° Batalhão da Polícia Militar. Ainda conforme relato do tenente, ao ser atingida, a vítima caiu da moto. Um revólver calibre 32 foi encontrado junto ao corpo. O jovem não tinha habilitação.

Protesto da família

Família e amigos do jovem morto reagiram à versão contada pela Polícia Militar. Cerca de duas horas depois da ocorrência, moradores da região e pessoas próximas a Cordeiro iniciaram um protesto na BR-277, queimando pneus e bloqueando totalmente a pista no sentido Curitiba.

Até o fim da tarde do domingo, por volta das 17h, não havia informações oficiais sobre os ocupantes das outras motos, nem sobre o motivo de Leandro Pires estar portando uma arma de fogo.

Em entrevista ao jornal Meio-Dia Paraná, da RPC, o delegado Michel Carvalho, da Delegacia de São José dos Pinhais, informou que já abriu investigação para apurar o caso. Segundo ele, agentes já começaram a colher imagens de câmeras de segurança da região.

No fim da manhã desta segunda, o corpo do motociclista continuava no Instituto Médico Legal de Curitiba. A liberação só seria autorizada após exame complementar a pedido da Polícia Científica para checar se havia ou não vestígio de pólvora na mão do jovem.

Procurada, a Polícia Militar ressaltou, em nota, que o rapaz que foi morto "atravessou o canteiro da BR277 e, conforme boletim de ocorrência, sacou uma arma e atirou contra a equipe, que revidou". A corporação ainda acrescentou que junto com o jovem foi apreendido revólver calibre 32 e disse que, como de praxe, "toda situação de morte envolvendo a PM é aberto procedimento para apurar as circunstâncias que envolvem a ocorrência. "

Casos anteriores

Esta não é a primeira vez que uma morte provocada pela Polícia Militar gera protestos na Grande Curitiba. Em outubro do ano passado, um jovem de 20 anos foi morto durante uma suposta troca de tiros no bairro Cajuru. Nos atos, houve queimas de pneus e ônibus foram apedrejados. A família alegou que o rapaz não tinha envolvimento com o crime e com drogas e que teria sido executado pela PM com cinco tiros na cabeça. Os policiais envolvidos foram afastados.

Cerca de um mês depois, um policial militar matou um jovem no bairro Pilarzinho, também na capital. A justificativa era de que o estudante integrava um bando que havia assaltado um estabelecimento comercial no bairro Jardim Primavera, em Almirante Tamandaré, no fim da tarde do dia 10 de novembro. No local estava um policial militar, que foi rendido e teve sua arma levada. Em fevereiro deste ano, três réus denunciados pelo assalto voltaram atrás e desmentiram em audiência que o estudante fazia parte da quadrilha. Na nova versão, os jovens disseram à Justiça que só confirmaram que a vítima havia participado do crime porque foram ameaçados pelos policiais.








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