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Protesto do movimento Volta Aula Paraná
Movimento Volta Aula Paraná fez protesto na manhã de domingo, no Parque Barigui.| Foto: Alex Silveira/Tribuna do Paraná/Reprodução vídeo

Pais de estudantes que defendem a volta às aulas, após quase sete meses de escolas fechadas por causa da pandemia de Covid-19, fizeram um protesto na manhã deste domingo, dia 4, no Parque Barigui, em Curitiba. Levando uma faixa com os dizeres “Bares e shoppings antes das escolas!!! Greca e Ratinho, por que o lazer dos adultos importa mais que a educação das crianças???”, eles cobraram o prefeito de Curitiba e o governador do Paraná.

A manifestação é do Movimento de Pais – Volta Aula Paraná. O objetivo é de que as aulas presenciais retornem nas escolas, assim como outras atividades da sociedade já retornaram, com todos os cuidados sanitários. “O movimento cobra das autoridades um parâmetro certo para a volta às aulas. Para fechar as escolas no começo da pandemia os critérios foram baixíssimos, seguindo a orientação da Organização Mundial de Saúde. Agora, para reabrir, os critérios são muito altos”, compara o empresário Fernando Salles, 41 anos, um dos líderes do movimento, que há uma semana já havia organizado uma carreata de protesto.

“A chance de as crianças transmitirem a doença é baixa. Seguindo protocolos, não há problema em retomar as aulas.”

Fernando Salles, um dos líderes do Volta Aula Paraná

Poucos pais participaram do ato nesta manhã. O grupo se concentrou em frente ao centro de eventos do Barigui e saiu em caminhada, por volta das 10h30, segurando faixas e gritando mensagens de volta às aulas com um megafone. Crianças também seguravam faixas. O Barigui estava com grande movimento de pessoas caminhando e se exercitando neste domingo. “Queremos chamar a atenção para este tema importante para todos”, disse Salles.

O retorno das aulas presenciais tem dividido opiniões em Curitiba, havendo quem defenda o retorno e quem critique a retomada das atividades das escolas sem que haja uma vacina contra o coronavírus, o que pode levar ainda muitos meses para ocorrer. “Entendemos as críticas. Mas os pais que não querem o retorno estão apenas com medo desse retorno, preocupados que os filhos morram, mas, muitas vezes, não levam em conta uma base técnica sobre o risco de contágio. Várias pesquisas, até internacionais, apontam que não há esse risco para as crianças. Inclusive, a chance de as crianças transmitirem a doença é baixa. Seguindo protocolos, não há problema em retomar as aulas”, argumenta Salles.

O grupo defende um retorno híbrido das aulas presenciais, e Salles acrescenta que os pais que preferirem manter os filhos estudando em casa devem ter o direito de fazê-lo. “Mas os pais que preferem mandar as crianças para a escola não deveriam ser impedidos”, defende o empresário.

Salles também reclama da fragilidade do ensino on-line. “As crianças não têm o mesmo rendimento. Estudos mostram que elas conseguem ficar na tela de um computador, prestando atenção, por cerca de dez dias. Elas já estão há seis meses. Até pode-se dizer que as crianças estão se superando por conseguirem ficar tanto tempo com aulas on-line”.

Secretário de Educação teme evasão e defende discussão sobre retorno

Na semana passada, o secretário de Estado da Educação, Renato Feder, disse em entrevista que está preocupado com a evasão escolar durante e após a pandemia. Ele defende a discussão sobre o retorno das aulas mesmo antes do surgimento de uma vacina, desde que protocolos sanitários sejam seguidos contra o coronavírus.

De acordo com o secretário, apesar de o ensino on-line estar disponível, ele sozinho não é suficiente para estimular os alunos a ficar na escola. Feder também disse temer que, no fim da pandemia, após tanto tempo longe das aulas presenciais, os estudantes optem por abandonar os estudos.

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