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Os tapumes ao redor do Bondinho oferecem aos turistas e moradores da capital diversas informações preciosas a respeito de sua história | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Os tapumes ao redor do Bondinho oferecem aos turistas e moradores da capital diversas informações preciosas a respeito de sua história| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Enquanto o Bondinho da Rua XV de Novembro permanece escondido durante o processo de restauro, os tapumes ao seu redor se transformaram em uma forma de contar a história de um dos pontos turísticos mais famosos do Centro de Curitiba. Desde o último fim de semana, fotos históricas e informações variadas foram colocadas na estrutura que isola a reforma, permitindo que as pessoas que passam pelo Calçadão saibam mais sobre aquilo que o Bondinho representa para a cidade.

Para a vendedora Kassia Oliveira, de 26 anos, a novidade foi muito bem-vinda. “Antes, as pessoas vinham nos perguntar preocupadas quando o local seria reaberto. Agora, elas têm acesso às informações de sua história e se distraem. Se tornou um mural”, disse.

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E o tempo todo há pessoas olhando as fotos e lendo as curiosidades a respeito do tradicional ponto turístico da cidade. E não apenas turistas, já que os próprios moradores veem a sua história contada nesses painéis. A dona de casa Regina Iatsunik, 50, é uma delas. Mãe de dois jovens de 23 e 21 anos, a curitibana ficou encantada na manhã desta terça-feira (12) ao perceber a imagem de uma criança atendida dentro do Bondinho na década de 1990. “Tive que parar porque lembrei dos meus filhos pequenos. Eu os trazia ao Centro e eles passavam cerca de 30 minutos pintando dentro do Bondinho enquanto eu fazia compras. Os dois gostavam muito!”, contou.

A dona de casa Regina Iatsunik deixava os filhos pintando dentro do Bondinho na década de 1990Raquel Derevecki/Gazeta do Povo

O local também trouxe boas lembranças ao chefe de cozinha Edson Luiz Ribeiro Batista, 63. Atualmente ele mora e trabalha no bairro Santa Felicidade, mas era ali no coração de Curitiba que, nas décadas de 1970 e 1980, ele passava a maior parte do tempo. “Eu era dono de um restaurante aqui na frente, então vi instalarem esse Bondinho e acompanhei boa parte de sua trajetória”, disse, enquanto observava uma foto tirada em julho de 1975, quando o local ficou completamente coberto pela neve.

História

O Bondinho foi instalado no dia 27 de outubro de 1973, durante a implantação do calçadão da Rua das Flores. A proposta era torná-lo um local privilegiado para o atendimento de crianças, enquanto os pais ou responsáveis iam às compras no calçadão. Durante seus mais de 40 anos de história, o espaço também foi usado como Centro de Informações Turísticas e, em 2010, se transformou no atual Bondinho da Leitura, ponto de atendimento para empréstimo gratuito de livros.

O espaço recebeu pequenos reparos em 2013, 2015 e em 2016, quando também foi pintado para remoção de algumas pichações. No entanto, a Gazeta do Povo mostrou em março deste ano que o local já estava com diversos problemas de infraestrutura, tanto na área externa de madeira quanto na interna, como paredes deslocadas do lugar pela ação do tempo e buracos na cobertura. Isso fez com que a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) iniciasse o processo para as obras de restauro.

Em março deste ano, o local apresentava diversos problemas de infraestruturaAniele Nascimento/Gazeta do Povo/Arquivo

Segundo a FCC, ainda que a área do Bondinho já esteja isolada, as obras ainda não começaram porque é necessário completar o relatório de danos e abrir licitação. A previsão da instituição é que esse processo legal e toda a obra sejam finalizados até junho de 2019. Depois disso, os tapumes personalizados serão retirados do local.

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