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Com “migração” dos fiéis para as transmissões online, santuário investiu na compra de duas novas câmeras.
Com “migração” dos fiéis para as transmissões online, santuário investiu na compra de duas novas câmeras.| Foto: Bruno Fabiano

Responsável pela novena mais movimentada da região de Curitiba, o Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está com as celebrações presenciais suspensas há 13 meses por conta da pandemia de coronavírus. Com a paralisação, o santuário viu desaparecer um fluxo de 30 mil pessoas que passavam pelo local toda quarta-feira, ao longo dos 17 horários de celebração.

A última novena presencial foi no dia 11 de março de 2020, logo antes dos primeiros casos de coronavírus serem confirmados na capital paranaense. A tradicional cerimônia, no entanto, nunca deixou de acontecer: transmitidas pela internet desde 2015, as celebrações tiveram um aumento expressivo no público virtual: eram 14 mil inscritos no canal do YouTube do santuário no início de 2020, agora são mais de 37 mil.

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"Antes da pandemia tínhamos, em média, 4 mil visualizações nas quartas-feiras; hoje temos em torno de 16 mil visualizações no YouTube e 8 mil visualizações no Facebook. Mesmo assim, é difícil mensurar completamente o público que continua acompanhando as novenas, pois também fazemos a transmissão pela nossa webrádio e por rádios parceiras”, afirma Rubhia Morais, responsável pela comunicação do santuário.

Embora o local continue de portas abertas para visitação de fiéis, o fluxo menor de pessoas impactou no volume de receitas e doações. Ainda assim, projetos sociais como o café solidário, que é oferecido para até 100 pessoas carentes todas as tardes de segunda a sábado, no centro redentorista ligado ao santuário, também não foram pausados.

“Enfrentamos uma dificuldade financeira visível, mas mesmo ao longo da pandemia pudemos contar ainda com a ajuda dos dizimistas. É o que tem mantido as nossas ações e os nossos funcionários”, afirma o padre Celso Vieira da Cruz, pároco do santuário.

Para otimizar as transmissões, que antes eram feitas com apenas uma câmera filmando as celebrações, o santuário adquiriu dois novos equipamentos de vídeo ao longo de 2020. "Quando a cerimônia é totalmente online a gente perde um pouco da proximidade. Ter uma conexão com aquele que está do outro lado da câmera foi um desafio inicial. Mas depois de um ano, acho que já estamos adaptados", diz o pároco.

Novenas presenciais ainda não têm data para voltar

Seguindo o que autoriza o resolução 221/2021 da Secretaria da Saúde (Sesa), o santuário retomou, após o relaxamento da bandeira vermelha em Curitiba, a realização de missas nos dias da semana, com ocupação de até 15% do local e com distanciamento entre os participantes. As novenas e missas de domingo, no entanto, ainda não têm retorno confirmado.

“A procura pelas missas de domingo e novenas de quarta são sempre muito grandes e nós não temos condições, e nem tenho vontade, de barrar a entrada de pessoas no momento em que atingirmos 15%. Enquanto não tivermos condições sanitárias de ocupar 50% do santuário, não devemos retomar novenas presenciais”, explica o pároco.

Embora as celebrações sejam apenas online, durante a Semana Santa centenas de pessoas passaram pelo santuário à procura do atendimento para as confissões. “Não sentimos tanta diferença no fluxo de pessoas que buscam, mas sentimos no conteúdo das conversas. Depois de um ano de pandemia, parece que as pessoas estão fragmentadas emocionalmente. Elas têm vindo buscar não só o sacramento, mas principalmente um apoio, ou mesmo um consolo emocional”, conta o padre Celso.

O trabalho de atendimento emocional, inclusive, só aumentou no último ano. Infectado pela Covid-19 em julho do ano passado, o padre Celso desenvolveu a forma grave da doença e chegou a ser intubado. Além dele, outros 5 sacerdotes que moravam na mesma casa também se infectaram com a doença, mas desenvolveram apenas sintomas leves.

Hoje recuperado, ele afirma que tem sido muito procurado por familiares de pessoas que estão lutando contra a doença agora. “Lembro que quando eu estava no hospital, o que me trazia paz era o momento em que uma enfermeira vinha orar ao meu lado. Então agora é isso que procuro fazer, levar uma palavra, uma bênção a quem precisa nesse momento”, relata.

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