• Carregando...
 |
| Foto:

Possibilidades

Dicas de onde investir (ou não investir) em 2013, dadas pelos especialistas ouvidos pela Gazeta:

Títulos imobiliários

LCIs, CRIs e fundos imobiliários têm a vantagem de contar com isenção de Imposto de Renda sobre o rendimento mensal. "Eles têm tendência de superar razoavelmente a inflação", diz Raphael Cordeiro, da Inva Capital. Segundo ele, há fundos que podem dar rendimentos de 7% ao ano e ainda proporcionar valorização da cota de 5% no ano.

Empreendedorismo

Em um cenário em que investir em juros não é bom negócio, abrir uma empresa talvez seja. Quem tiver espírito empreendedor cria a sua própria oportunidade, mas uma conjuntura favorável ajuda. "Juros reais baixos são condição importante para o investimento produtivo, mas não são a única condição", alerta Marcelo Curado, da UFPR. Para ele, a inflação alta ainda é pode trazer problemas para os novos negócios.

Debêntures

Essa palavrinha, que define um tipo de título de dívida de empresas, deve ser bem mais ouvida no ano que vem. As ofertas que estão em planejamento incluem uma "fatia" a ser destinada ao mercado de varejo – antes, a maior parte dos recursos ia para investidores qualificados, como administradores de fundos de pensão. "Esse é um mercado importante a ser olhado", diz Raul Ribas, da Diversinvest.

O mundo não acabou, mas está mudando. Poucas vezes, em anos recentes, o investidor brasileiro encontrou um cenário tão difícil de decifrar no início de um ano. 2013 chega com três marcas principais que não combinam entre si: baixo crescimento, inflação alta e juros em queda. Esses fatores nunca apareceram juntos no horizonte econômico do país, e encontrar aplicações que se encaixem com essas variáveis será o principal objetivo de analistas de investimentos e consultores ao longo do ano.

Os juros, aliás, são novidade total. Desde que a taxa Selic foi criada, eles nunca estiveram no patamar em que se situam hoje. Com a inflação relativamente alta que se prevê, os juros reais se estreitam (veja mais no gráfico). Por isso, a alternativa segura do passado – as aplicações em renda fixa – é muito menos atraente do que era. Tirando tarifas e impostos, a renda fixa pode empatar ou até perder para a escalada dos preços. "Não vai ter grandes remunerações vindas de juros", decreta o professor Marcelo Curado, do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná. Para ganhar dinheiro em 2013 será preciso correr mais riscos.

E o que isso quer dizer? Para quem gosta do mercado financeiro, significa apostar menos em títulos do governo e mais em emissões de empresas privadas, como debêntures ou papéis baseados no mercado imobiliário. "Essa é uma mudança muito importante", resume o consultor financeiro Raúl Ribas, da empresa Diversinvest. "As pessoas vão precisar se preocupar em fazer análises de risco de crédito, algo que não é muito comum hoje em dia."

Isso porque os papéis privados são, de certa forma, semelhantes a notas promissórias. O investidor atua como alguém que faz um empréstimo, e o rendimento virá dos juros pagos pelo credor – que pode ser um banco, uma fábrica, uma construtora ou outra companhia qualquer. Assim, o investidor terá de ser assessorado por pessoas que conheçam um pouco a respeito da capacidade de pagamento dessas empresas. Se elas derem calote, o investidor ficará a ver navios. Ribas resume: "Se você bobear, perdeu dinheiro".

No capítulo dos títulos federais vendidos no Tesouro Direto, há chances de ganhos com os papéis pré-fixados e os indexados à inflação. Os pré-fixados chegaram a ter grandes valorizações no mercado secundário ao longo do ano, dando em alguns momentos mais de 20% de ganhos aos seus investidores. "Era uma moda", define o consultor em investimentos Raphael Cordeiro, da Inva Capital. "Essa valorização não deve se repetir em 2013."

Á moda antigaRendimento da poupança antiga é considerado excelente

Há uma exceção no cenário tenebroso que se apresenta para as aplicações que rendem juros: as contas antigas de poupança – ou seja, aqueles depósitos feitos antes de maio de 2012. Essas aplicações continuam rendendo 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a taxa referencial (TR). Esse rendimento é considerado excelente, mesmo levando-se em conta que a TR tende a ser zero daqui para frente. "Dinheiro que está em poupança antiga está protegido", resume Raphael Cordeiro, da Inva Capital. "Enquanto puder, não mexa nesses recursos", aconselha.

A TR deve se manter zerada por causa do método de cálculo. Ela é definida a partir do rendimento de uma cesta de CDBs dos principais bancos do país. Sobre a média desses títulos é aplicado um redutor. Com a queda nos juros, a TR foi diminuindo até cair a zero – e daí não passa, porque a lei proíbe.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]