
Sete em cada dez micro e pequenas empresas abertas no Paraná conseguem manter as portas abertas por pelo menos dois anos, período considerado mais crítico nos negócios. A taxa de sucesso de 70% foi apresentada ontem pelo Sebrae Nacional, em São Paulo, de acordo com o censo Taxa de Sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas no Brasil 2011, apresentado pelo presidente nacional da entidade, Luiz Barreto. É a primeira vez que o Sebrae divulga um censo desse tipo as pesquisas anteriores eram feitas por amostragem.
O índice do Paraná ficou abaixo da média nacional, de 73%, que é também o índice registrado por Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No estado, o melhor índice de sucesso está entre as empresas da indústria (71%). O comércio exibe uma taxa de 70% e a construção civil, de apens 62%.
Para chegar aos resultados, o Sebrae Nacional usou uma nova metodologia de análise, que tem por base as micro e pequenas empresas constituídas em 2006 e dados liberados pela Receita Federal referentes aos anos de 2007, 2008 e 2009.
Uma das maiores causas para a falência das empresas é misturar as finanças pessoais com as finanças da empresa, destacou o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto. "Elas dispõem de capital igualmente pequeno, portanto, essa separação é muito importante", diz.
Barreto apontou questões tecnológicas, como uso de redes sociais, e inovação, como temas desafiadores, além da sustentabilidade. "Quanto mais sustentável a empresa for, mais valorizada será pelo consumidor e maior a chance de sobreviver no mercado."
Regiões
Por regiões brasileiras, a melhor taxa ficou com as micro e pequenas empresas do Sudeste (76,4%), seguida pelas companhias do Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro-Oeste (68,3%) e Norte (66%). "Uma das explicações para o resultado do Sudeste é o grau de conhecimento dos empreendedores. A escolaridade aumentou e isso se reflete na média superior", comentou o presidente do Sebrae Nacional.
A partir desse estudo, que será divulgado anualmente, cada uma das 27 unidades da federação poderá explorar os dados de sua região e analisar os motivos de sucesso ou fracasso das empresas, bem como o motivo do sucesso daquelas que mantiveram as portas abertas.
O censo mostra ainda que, quando o assunto é a sobrevivência na comparação com outros países, o Brasil tem o 4.º melhor índice, atrás de Luxemburgo, Estônia e Canadá, mas à frente de países como Itália, Espanha e Finlândia, com base em monitoramento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2005. "Infelizmente não temos os Estados Unidos, o que seria importante, mas eles não fazem essa pesquisa. Mas o que temos põe o Brasil em um patamar muito aceitável e muito próximo ao dos países desenvolvidos."
Para Sebrae, índice do estado é "muito bom"
Pesquisa por amostragem que analisou os empreendimentos paranaenses abertos entre 2003 e 2005 apontou uma taxa de sobrevivência de 74,8%, mais alta que a indicada pelo censo divulgado ontem (70%). Mas, como a metologia dos levantamentos é diferente, o Sebrae diz que os números não são comparáveis. Mesmo que a taxa do Paraná seja inferior à da média nacional, ela é tida como boa pela instituição.
Informação
"O sucesso dos pequenos negócios no Paraná é muito bom e aumenta quando empresários e candidatos a empresários buscam informação", diz o diretor-superintendente do Sebrae-PR, Allan de Campos Costa. Segundo ele, os 30% que fecham as portas nunca buscaram apoio técnico.
"Mas essa mentalidade muda ano após ano. A globalização e o mercado competitivo forçaram os micro e pequenos empresários a se modernizar", diz. Costa lembra que houve períodos nos quais os índices de mortalidade dos pequenos negócios eram bem mais altos. "A proporção de sucesso e de mortalidade era de um por um."



