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Juarez: dólares guardados | Marcelo Andrade
Juarez: dólares guardados| Foto: Marcelo Andrade

Experiência

Empresário faz reservas de dólar para não pagar mais caro

A experiência em viagens internacionais ensinou o empresário contábil Juarez Tadeu Morona Filho a fazer reservas de dólar para períodos em que a moeda ultrapassa R$ 2. Neste mês ele vai levar a filha, de 13 anos, para conhecer Argentina e Uruguai. "Geralmente tenho uma reserva de dólares para essas ocasiões, mas sempre acabo comprando um pouco", diz o empresário, que está aguardando uma definição do cenário cambial, com o aumento, queda ou estabilização da moeda americana, para aumentar sua reserva. Há três anos, o Visa Travel Money também acompanha Morona em suas viagens. A mais recente foi no início de junho, quando passou nove dias na Argentina. "A principal vantagem do VTM é poder sacar em qualquer lugar, inclusive no Brasil, na moeda local. Mesmo com a carga em dólar, já tive que sacar em libra e não tive problemas, pois o sistema converte automaticamente", afirma.

No cartão

Veja como funciona o Visa Travel Money:

• O cliente adquire o cartão numa casa de câmbio credenciada pelo Banco Central e faz a recarga com a moeda de sua escolha. O VTM carrega até 15 moedas, mas nem todas as casas de câmbio trabalham com a quantidade máxima de moedas.

• A moeda é vendida de acordo com a cotação do dia. A taxa do IOF sobre as operações do cartão VTM é fixada em 0,38%, bem abaixo da taxa dos cartões de crédito, que é de 6,38%.

• Pode ser usado para compras e saques em diversos lugares do mundo, nos caixas eletrônicos da Rede Plus e tem validade de cinco anos. Não tem anuidade nem taxa de adesão.

• É possível fazer o controle do saldo via internet e solicitar uma nova recarga. Mesmo estando no exterior, o cliente pode autorizar uma pessoa a fazer o depósito na casa de câmbio, onde é feita a transferência para a moeda solicitada.

Quem vai viajar nas férias planeja roteiro, compra antecipadamente as passagens, reserva os hotéis... Antecipa com cuidado cada passo da viagem, especialmente se ela for para o exterior. Mas um número grande de turistas deixa o câmbio para o finzinho da lista de prioridades, quando deveria ser uma das primeiras preocupações. Principalmente em períodos de instabilidade econômica como a atual, com dólar em alta e euro desvalorizado.

Nos últimos meses, a economia foi cruel para quem precisa comprar dólares. A moeda americana começou a subir no final de fevereiro, quando custava R$ 1,71, e encerrou esta segunda-feira cotada a R$ 1,98 para a venda – R$ 2,12 na cotação turismo, usada pelas casas de câmbio e agências de turismo. Há poucos dias, entretanto, chegou a encostar nos R$ 2,10 (mais de R$ 2,20 na cotação turismo).

A consultora Kerilin Vieira, da agência Viva Clube de Viagens, afirma que os clientes que fazem a compra tardia do câmbio são os mesmos que deixam para adquirir os pacotes a apenas dois meses da data da viagem – e que já representam 70% da clientela da agência. "Os valores dos pacotes são lançados com oito meses de antecedência, quando a menor tarifa de um aéreo para Miami, por exemplo, sai por cerca de mil dólares. Um mês antes da viagem o cliente vai pagar mais de US$ 1,5 mil", diz.

Diferente da aquisição dos pacotes de viagens, a compra antecipada de dólar é uma loteria que pode ou não trazer economia para o bolso do cliente. Em um cenário de instabilidade econômica, a recomendação é adiantar a compra da moeda em espécie ou recorrer ao chamado travel money, um cartão de recarga pré-pago que tem taxas de juros mais baixas que os cartões de crédito.

Enquanto a taxação do Imposto Sobre Operações Fiscais (IOF) dos cartões de crédito tradicionais é de 6,38%, a do VTM é fixada em 0,38%. No Visa Travel Money o cliente estará livre das oscilações da moeda, já que vai pagar o preço válido no momento da compra do crédito e não a cotação da data de fechamento da fatura, como nos demais cartões, explica Viviane Amiede Ibrahim, proprietária da AVS Câmbio.

De acordo com Viviane, mais de 60% dos seus clientes já utilizam o Visa Travel Money em suas viagens internacionais e a tendência é de que essa porcentagem suba ainda mais pela praticidade do cartão, que comporta até 15 moedas diferentes. Por opção, a AVS Câmbio trabalha somente com as três principais – dólar, euro e libra esterlina – e oferece um cartão diferente para cada moeda.

Na Multi Money Corretora de Câmbio, o cliente pode es­­colher, em um mesmo cartão, até 15 moedas. "Se o cliente gastou 10 mil pesos chilenos e tem cinco dólares no cartão, os gastos serão debitados em dólar com conversão automática das moedas", afirma o operador de mesa da agência Edson Ludio. Neste caso, se a moeda do país estiver mais valorizada que a moeda do cartão, as perdas são maiores, mas, se a moeda do cartão estiver valendo mais que a do país, a operação é vantajosa.

Precaução

"Mesmo com o cartão VTM, nós sempre orientamos o cliente a levar uma quantia de moeda em espécie para emergências ou para fugir de apuros em locais que não aceitam o cartão. Também recomendamos pesquisar a cotação das moedas em diferentes casas de câmbio. Geralmente não há grandes variações, mas os centésimos podem fazer uma boa diferença, dependendo da quantia a ser comprada", diz Kerelin.

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