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O abate de pombos no Porto de Paranaguá, se não for acompanhado de uma campanha em todo o município, será ineficaz e representará apenas desperdício de dinheiro público. O alerta é do biólogo Marcelo Machado Braga, que presta serviço ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Paranaguá. "Não adianta o porto gastar dinheiro se o município não fizer uma campanha também", afirmou Braga.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) lançou edital para contratar uma empresa para realizar o abate, pelo valor máximo de R$ 36 mil. O pregão ocorre no próximo dia 21. Segundo texto divulgado pela Appa nessa semana, a iniciativa de promover o abate dos pombos foi tomada após uma série de pedidos de colaboração à comunidade, que estaria se esquivando.

A Prefeitura de Paranaguá não respondeu ontem ao pedido de informação sobre programas de controle da população de pombos. O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), Alceu Claro Chaves, apóia o abate dos animais. "Acho que se o porto fizer, toda a cidade fará também", afirmou.

O biólogo do Ibama diz que só o trabalho conjunto e atividades de educação ambiental podem minimizar o problema das aves no Porto de Paranaguá. "Os pombos usam o município como dormitório. Eles têm alimento farto, pela grande quantidade de grãos espalhados pela cidade. Não adianta fazer o abate apenas no porto."

A Appa informou ontem que obteve autorização do Ibama para realizar o abate em 2004, após o assunto entrar na pauta da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Porto, na Assembléia Legislativa. Na época foram exterminados 8 mil pombos. Outra autorização foi obtida um ano depois, mas, de acordo com a portaria 141 do Ibama, de dezembro de 2006, o abate de animais só pode ocorrer quando os órgãos de saúde municipais consideram determinada espécie um problema de saúde pública. Se a legislação não for seguida, a Appa pode ser responsabilizada por crime ambiental.

De acordo com o grupo setorial de Gestão Ambiental Mar e Terra da Appa, o órgão possui estudos de impacto ambiental para toda a atividade portuária e não para a ação isolada de abate. Mas há relatórios mensais das equipes que atuam no controle de zoonoses sobre a quebra de ovos, retirada de ninhos, aplicação de repelentes e colocação de grades nos armazéns.

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