O presidente da Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás (Abegás), Romero de Oliveira, lembrou nesta terça-feira que o reajuste do preço do gás natural da Bolívia, informado nesta terça-feira pela Petrobras, irá valer apenas para as regiões que usam o gás do país vizinho. Ele também lembrou que o repasse ao consumidor vai depender da política de cada empresa. O aumento, de 10%, já estava previsto no contrato.
- A Comgás (distribuidora de São Paulo), por exemplo, pode absorver porque só repassa o ajuste anualmente. No caso da distribuidora de Pernambuco, Copergás (da qual é presidente) o ajuste será zero, porque compramos só gás nacional - completou, segundo o site da agência Reuters.
A distribuidora de Pernambuco adquire gás das bacias de Alagoas e Rio Grande do Norte. No estado do Rio de Janeiro, os consumidores também não deverão ter impacto nos preços porque tanto a CEG como a CEG Rio utilizam gás da bacia de Campos, que não terá ajuste, informaram as assessorias das empresas.
Esse é o primeiro aumento de preço do gás natural comprado pelo Brasil da Bolívia desde a nacionalização dos ativos anunciada em 1º de maio pelo presidente Evo Morales, e que causou estresse nas relações bilaterais.
"Em cumprimento ao contrato de aquisição de gás boliviano firmado entre Petrobras e YPFB e de venda deste mesmo gás, firmado entre Petrobras e distribuidoras do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o preço sofrerá reajuste estimado em cerca de 10% na origem (Bolívia) e 6% no destino (distribuidoras) a partir de 1º de julho", informou a Petrobras por meio de nota à imprensa.
O contrato entre Petrobras e Bolívia foi firmado em 1999 e tem duração até 2019. Atualmente, o país importa do país vizinho metade do que consome, ou 26 milhões de metros cúbicos diários. Investimentos que a Petrobras pretendia fazer na expansão do gasoduto foram suspensos até que a empresa tivesse garantia de que seus direitos estejam assegurados.
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