As ações da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) teve queda de 17,04% na cotação da Bovespa nesta sexta-feira (21), um dia após o governo do Paraná comunicar que deve impedir o reajuste das tarifas, autorizado pela Aneel. No encerramento do mercado, as ações da empresa caíram respectivamente 18,58% (COPEL ON N1), 14,16% (COPEL PNA N1) e 17,04% (COPEL PNB N1). Esta última, o principal papel da companhia comercializado em bolsa, foi o que mais influenciou a queda da Bovespa nesta sexta-feira (21). Ela fechou o dia a R$ 26,09, com mais de 10,8 mil negociações.
Nesta quinta-feira (20), a Copel chegou a anunciar que iria repassar integralmente aos consumidores o reajuste de 13,44% na tarifa residencial, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No fim do dia, no entanto, o governador Beto Richa (PSDB) suspendeu o aumento. Ele disse que vai fazer uma reunião na segunda-feira (24) com os gestores da empresa para definir se haveria ou não reajuste.
Gestor da corretora Inva Capital, Luiz Augusto Pacheco analisa que a queda é reflexo dessa medida do governo. "Basicamente a queda ocorre por isso. A receita da empresa não vai aumentar o que era esperado. O desempenho econômico esperado pelos investidores não deve se cumprir e, então, ocorre o afastamento, por essa perspectiva de o lucro da empresa diminuir".
Segundo Pacheco, o mercado também não tem ajudado as empresas brasileiras. "Hoje tem muito investidor estrangeiro saindo da Bolsa, tem sido um fenômeno comum. A tendência é que a Copel também sofra influência dessa tendência".
O analista, no entanto, estima que esse movimento de queda mais acentuada deve durar pouco tempo. De acordo com ele, a queda deve ser registrada, sobretudo, nesta sexta. "A maioria dos investidores que vão sair saem hoje - geralmente é dessa maneira que acontece".
Tarifa da Copel
No início do ano, a conta de luz baixou 18,2% em decorrência do pacote do governo para o setor elétrico. Com o reajuste de 13,44%, a nova tarifa ainda seria 7,2% inferior à cobrada até janeiro deste ano. A autorização da Aneel para este ajuste ocorreu devido ao alto custo das termelétricas, em funcionamento para atender a demanda de energia em todo o país.
A geração de energia térmica (a gás natural, carvão, óleo combustível ou óleo diesel) é muito mais cara. Esse custo extra, atualmente, tem de ser rateado entre todos os consumidores do país. Por isso, a Aneel aprovou o reajuste à Copel, que valeria já a partir desta segunda-feira (24).
Oficialmente, a agência reguladora disse que "os percentuais aprovados de reajuste da distribuidora refletem, dentre outros fatores, a variação do IGP-M, índice previsto no contrato de concessão para mensurar a inflação no período, o aumento do custo dos Encargos de Serviços do Sistema (ESS) e os gastos que as distribuidoras tiveram com compra de energia, em especial a elevação do custo variável em função do aumento da geração térmica".



