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As ações da Companhia Paranaense de Energia (Copel) voltaram a cair ontem, dois dias depois do anúncio de que a empresa planeja absorver o reajuste que será autorizado pela Agência Nacional de Eenergia Elétrica (Aneel) na próxima semana. Os papéis fecharam em queda de 1,99%, para R$ 27,10. Na semana, a queda acumulada é de 9,76%. O entendimento dos analistas é que a medida pode comprometer resultados da empresa em 2009 e o retorno aos acionistas.

Não é a primeira vez que a Copel deixa de aplicar aumento autorizado pela agência. A primeira vez foi em 2003, quando a companhia deixou de reajustar a tarifa em 25,27%. Naquele exercício, apesar dessa medida, a empresa reverteu um prejuízo do ano anterior e lucrou R$ 171,14 milhões.

Na última terça-feira, durante a reunião da chamada "Escola de Governo", o governador Roberto Requião chegou a dizer que o aumento autorizado deve ficar próximo de 13%.

A decisão de não repassar o aumento para o preço da energia ocorre pouco mais de um mês após a entrada em vigor da minirreforma tributária, que, dentre outras medidas, aumentou a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para energia de 27% para 29%. A iniciativa, pelos cálculos da Secretaria da Fazenda (Sefa) com base em dados de 2008, por si só gera um aumento de arrecadação da ordem de R$ 100,3 milhões por ano para os cofres do governo estadual.

Vaivém

Nos últimos seis anos, o reajuste da Copel variou muito mais conforme a política do governo estadual do que de acordo com a da Aneel. Em junho de 2003, o governo paranaense decidiu não repassar para a tarifa um reajuste autorizado de 25,47%. Mas em janeiro de 2004, a estatal repassou 15% referentes ao reajuste. Em junho do mesmo ano, a Aneel autorizou mais um repasse de 14,43%, que mais uma vez não foi colocado em prática. No mesmo mês, a empresa repassou 9% referentes ao restante dos 25,47%.

Em junho de 2005, a Copel recebeu autorização para repassar aumento de 7,8%, mas novamente segurou o reajuste. No entanto, em agosto, ela promoveu aumento de 4,4%. Em junho de 2006, a empresa repassou 5,12% e, em 2007, a Aneel determinou uma deflação de 1,22% e em 2008 um reajuste de 0,04%. (CR)

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