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A Hering admitiu nesta quinta-feira (10) que errou ao subestimar o potencial de crescimento da demanda no último trimestre de 2012, principalmente em dezembro, o que levou a empresa a ter vendas abaixo do previsto no período mais importante do ano para o varejo devido a um desabastecimento das lojas.

A ação da empresa teve a maior queda do dia no Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira. O papel da Hering despencou 11,92%, para R$ 38,35.

Na quarta-feira (9) à noite, a companhia divulgou dados do quarto trimestre do ano passado que mostrou vendas brutas subindo menos que o esperado por analistas em relação ao mesmo período de 2011. A Hering divulga os resultados consolidados do período em 21 de fevereiro.

"Tivemos difícil aceleração para atender a demanda, que se aqueceu", disse o presidente-executivo da Cia Hering, Fabio Hering, em teleconferência com analistas. "A cadeia de suprimentos não conseguiu atender como esperávamos e o abastecimento aconteceu muito próximo do Natal."

Houve atraso no suprimento tanto pela produção própria quanto pela de terceiros.

A receita bruta da companhia cresceu 10,7% no trimestre passado, na comparação anual. As vendas totais da rede Hering Store subiram 14,8% no período, mas ficaram ligeiramente negativas, em 0,2% no critério "mesmas lojas" (excluídos os estabelecimentos que foram inaugurados entre um trimestre e outro).

"Não esperávamos um desempenho de vendas tão fraco no quarto trimestre, o que agora confirma nossa visão cautelosa [quanto à ação]", afirmaram analistas do BTG Pactual, em nota.

A equipe do banco projetava alta de 15,5% em receita bruta e vendas em mesmas lojas 7% maiores.

Com os resultados abaixo do esperado também pela própria empresa, que estimava crescimento na base "mesmas lojas" de um dígito, a Hering reconheceu que "foi um erro não preparar a cadeia de suprimento em setembro para atender o crescimento em dezembro".

"Não estávamos preparados para uma reação. Houve no trimestre uma desestocagem da rede e não conseguimos atender toda a demanda que houve no tempo necessário", disse. "Erramos ao não acreditar no potencial de crescimento e levou tempo para reagirmos."

No entanto, o executivo disse que os efeitos vistos no fim do ano não serão recorrentes. "Estamos muito bem estruturados para atender crescimentos futuros. Estamos otimistas com 2013, acabamos de construir um centro de distribuição novo e os últimos showrooms foram animadores."

O desempenho no fim do ano também foi prejudicado pela tendência do consumidor de buscar presentes de Natal de valor mais baixo, de cerca de R$ 40, segundo o presidente-executivo da Hering.

Diante da necessidade de acelerar o abastecimento de última hora, Hering afirmou que os custos no quarto trimestre também foram afetados e que a margem bruta do período deve ficar mais pressionada que o esperado. "Por outro lado, a rede de lojas teve um fluxo de clientes extraordinário."

Ano perdido

Segundo o banco Credit Suisse, 2012 foi classificados como um "ano perdido" para a Hering.

A queda de 0,2% nas vendas do quarto trimestre nas lojas abertas há mais de um ano (frustrando as expectativas do banco, que apontava uma alta de 4,8%), foi a segunda consecutiva -no terceiro trimestre, já haviam recuado 3,9%.

Em relatório, a equipe do banco ressaltou que há quarto trimestres a varejista tem apresentado um desempenho muito mais fraco que suas concorrentes listadas em Bolsa (Marisa e Lojas Renner). "As indicações preliminares das direções destas empresas apontam para um crescimento de dois dígitos nas vendas "mesmas lojas' no quarto trimestre", ressaltaram os analistas.

O Credit Suisse tem recomendação neutra para as ações da Hering, com preço-alvo estimado em R$ 43,40 em 12 meses.

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