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As ações preferenciais da companhia de telefonia Oi fecharam esta terça-feira (21) com queda de 18,1% na BM&F Bovespa, valendo R$ 0,81. No início do pregão, a ação chegou a valer R$ 0,68, uma desvalorização de cerca de 30%, o que fez com que a Bolsa suspendesse as negociações dos papéis da empresa por cerca de uma hora. Já as ações ordinárias encerraram o dia valendo R$ 1,15, um recuo de 8,7%.

A companhia de telefonia Oi entrou nesta segunda (20) na 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio com um pedido de recuperação judicial, incluindo no processo um total em dívidas de R$ 65,4 bilhões.

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Os papéis da Oi não fazem parte do pacote que compõem o Ibovespa, que encerrou o dia em alta de 1,01%, aos 50.837 pontos. No entanto, entre as empresas que compõem o índice, a queda mais acentuada ocorreu nas ações do Banco do Brasil (-4,46%), um dos credores da Oi. Também tiveram baixa papéis da Qualicorp (-2,97%) e Equatorial (-1,66%). Já as maiores altas desta terça (21) foram das ações da Localiza (5,24%), Smiles (5,10%) e Kroton (5,3%).

“Um pedido de recuperação nesse volume tem muita consequência. Há impostos atrasados, que a empresa pode não pagar. Há funcionários que podem ficar sem emprego e os bancos públicos, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que têm recursos na Oi, empréstimos, o que, consequentemente, pode trazer no futuro problemas para clientes desses bancos”, disse Erivelto Rodrigues, economista da Austin Asis Consultoria.

Segundo o economista, a empresa, que tem cerca de 70 milhões de clientes, cometeu erros estratégicos que a levaram a ficar com uma dívida praticamente impagável. A receita da Oi atualmente não consegue abater a dívida, apenas os juros. “O resultado operacional de caixa dela mal consegue pagar os juros dessa dívida. E não consegue amortizar a dívida. A dívida caminha exponencialmente para um processo impagável”, destacou.

Para Rodrigues, o governo errou ao dar créditos de bancos públicos em alta escala à tele, e apostar que a operadora se sairia bem em um setor muito competitivo.

“O governo ter insistido em uma ‘superempresa’ no setor de telecomunicações a meu ver não foi acertada. Competir em igualdade de condições com grandes empresas foi estratégia equivocada. Demanda um grande volume de recursos, exige vultosos investimentos, seja em tecnologia, marketing e infraestrutura”, concluiu Erivelto.

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