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Fábrica da Positivo, em Curitiba: aumento de participação no mercado e dólar mais barato valorizaram as ações da empresa | Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo
Fábrica da Positivo, em Curitiba: aumento de participação no mercado e dólar mais barato valorizaram as ações da empresa| Foto: Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo

Depois de levar um tombo durante o auge da crise econômica, as ações da fabricante de computadores Positivo voltaram a se valorizar em 2009. Após atingir o fundo do poço em outubro do ano passado, quando a cotação caiu para R$ 3,50, os papéis da empresa fecharam a última sexta-feira negociados a R$ 20,66. Somente em 2009, as ações já subiram 198,6%. Para analistas, o aumento de participação de mercado, o dólar mais barato e o cenário de melhora da atividade econômica no país estão puxando para cima as ações da empresa. Mas, apesar da valorização, as cotações ainda estão abaixo dos preços de 2007, quando a chegaram a superar R$ 47.

"Na crise, os papéis da empresa caíram acima da média do mercado. Agora é natural que eles subam mais também. Além disso, a empresa vem apresentando uma rápida melhora da sua performance operacional e se beneficia da baixa cotação do dólar, do aumento dos níveis de consumo e do crédito", diz Luciana Leocádio Silvestrini, analista da corretora Ativa.

A expectativa de mercado é de "resultados financeiros fortes" para a companhia no terceiro e no quarto trimestres, segundo Alan Cardoso, analista da Ágora. De acordo com ele, a corretora deve anunciar no fim de novembro o novo preço alvo para a companhia. "Nossa estimativa para o papel era de R$ 18, mas ele já rompeu a barreira dos R$ 20", diz.

A Positivo, que anuncia seu desempenho do terceiro trimestre na próxima terça-feira, está em período de silêncio, regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para intervalos que antecedem a divulgação de balanços. No fim de outubro a empresa divulgou, por meio de comunicado, um avanço de 20,9% no número de PCs vendidos na comparação anual, atingindo novo recorde histórico. Foram 528,5 mil unidades entre julho e setembro deste ano, configurando alta de 19,4% frente ao segundo trimestre de 2009.

No acumulado do ano, a receita bruta totalizou R$ 1,81 bilhão, 10,2% maior do que a registrada no mesmo período de 2008.

Com a crise, muitos competidores de menor porte não conseguiram sobreviver e deixaram o mercado, favorecendo a Positivo. Além disso, o dólar baixo facilita importações de componentes, o que barateia os custos de produção da empresa, segundo análise da corretora Socopa.

"O que vemos hoje é um cenário para a empresa muito diferente do que no ano passado. De fato é um novo patamar de preços para a empresa", diz Luciana, da Ativa. Em 2008, a oscilação do dólar em função da crise, a frustração dos resultados de vendas e a fuga de investidores das chamadas small caps – ações de segunda e terceira linha, de empresas com faturamento entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões – jogaram na lona os preços da cotação da fabricante de computadores. Na época, com as ações em baixa, a Positivo chegou a receber uma proposta de compra da chinesa Lenovo, mas recusou a oferta.

Depois de encerrar o ano valendo R$ 6,90, a ação da Positivo vem se valorizando mês a mês. Em junho rompeu a barreira dos R$ 10 e no fim de outubro a dos R$ 20. Embora a tendência agora seja de valorização, analistas acreditam que voltar aos patamares próximos de R$ 50 é um desafio. "Os investidores ficaram muito mais conservadores e cautelosos depois a crise", afirma a analista da Ativa.

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