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As ações da Vale do Rio Doce (CVRD) fecharam em queda novamente nesta segunda-feira em um movimento que mostra o receio dos investidores em relação às intenções da companhia de comprar a gigante canadense Inco. Na sexta-feira, a Vale anunciou a oferta de US$ 17,6 bilhões em dinheiro para a aquisição da mineradora canadense, líder mundial na produção de níquel. O negócio, se concretizado, será a maior aquisição da história empresarial brasileira e colocará a Vale como a segunda maior mineradora do mundo. O mercado e algumas agências internacionais de risco, no entanto, não gostaram, temendo o aumento do endividamento da companhia .

A queda das ações afeta os rendimentos dos fundos FGTS-Vale, que têm milhares de aplicadores, mas analistas financeiros continuam recomendando as ações da companhia, pois a baixa atual deve ser passageira.

Enquanto o índice Bovespa fechou em queda de 1,05%, as ações VALE3 ON caíram 1,75%, cotadas a R$ 47,55. Os papéis VALE5 PN - os mais negociados - recuaram 1,66%, a R$ 41,30.

Na sexta-feira, na Bovespa, os papéis preferenciais caíram 2,21% e fecharam a R$ 42. Já as ações ordinárias, com direito a voto, terminaram o dia em baixa de 1,82%, a R$ 48,40.

Analistas consultados pelo Globo Online, no entanto, acreditam que os papéis da Vale continuam uma boa opção de investimento.

- A queda na cotação das ações, na sexta e nesta segunda-feira, se deve ao fato de os detalhes do negócio não terem sido ainda definidos e, também, por não se saber, ainda, como ficará a situação da Vale após a concretização do negócio. Mas acredito que as ações continuam atraentes, porque se trata de uma grande companhia, sólida e com muito potencial - avalia Romeu Vidali, gerente de renda variável da corretora Concórdia.

- A Vale pode até descer algum degrau no "rating", por causa do endividamento da Inco, mas minha opinião é de que se trata de um investimento com bom retorno. As ações estão em queda e a cotação (preferencial) pode até cair para menos de R$ 40 mas, ainda assim, vale a pena comprar - recomenda, por sua vez, Rodolfo Cavina de Lima e Silva, analista da Assessoria Técnica de Mercado (ATM), lembrando que, em junho, a cotação chegou a cair para R$ 36,50 e depois se recuperou.

Em relação ao FGTS-Vale, os analistas afirmam que o investidor pode fazer um mau negócio se resolver sacar recursos agora. Isso porque uma das alternativas para quem saca o dinheiro é transferir os recursos para o FGTS tradicional, que rende apenas a variação da TR mais 3% ao ano. Em 2006, por exemplo, contra os 5,31% do FGTS-Vale, o FGTS tradicional obteve ganhos limitados a 2,83%.

Após encerrar o ano passado com ganhos de 29,7% — bem acima da média da Bolsa, de 17% — o desempenho do FGTS-Vale rendeu apenas 5,31% no período, bem abaixo da variação da Bolsa, de 10,82% este ano, até julho.

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