Brasília Deputados e técnicos dos Ministérios da Fazenda e Agricultura voltaram a se encontrar ontem para discutir o endividamento rural e, mais uma vez, a reunião não foi conclusiva. De prático, o governo ficou de dar uma resposta aos produtores amanhã sobre o possível alongamento das parcelas das dívidas que vencem na própria sexta-feira.
Cálculos não oficiais indicam que as parcelas do dia 15 representem um valor entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões e são referentes ao alongamento já feito para o custeio das safras 2004, 2005 e 2006, juntamente com as dívidas de investimentos desses anos. Os produtores querem que essas parcelas sejam suspensas por 120 dias. Neste período, pretende alcançar a chance de renegociação a juros inferiores aos 8,75% ao ano em vigor.
O governo não tem se mostrado interessado em ceder. A sugestão oficial é que, se houver o alongamento, que seja por um período de 60 dias. O receio do governo é que algumas dívidas estão próximas de serem prescritas, o que obrigaria o governo a incluí-las na dívida ativa da União.
Na proposta apresentada terça-feira, o alongamento não seria para todo o setor produtivo, mas apenas para os mais prejudicados. A idéia é que a prorrogação das dívidas aconteça para soja, arroz, milho, trigo, feijão, algodão, café e cacau. O setor quer pagar juros de 4,5%. Essa é a taxa defendida também para a próxima safra.
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