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Rondonópolis está apreensiva. Não apenas os agricultores nem os vendedores de defensivos ou os concessionários de colheitadeiras – toda a cidade está preocupada. O ano de 2005 foi bastante problemático para os produtores locais. Em fevereiro e março, uma seca prolongada provocou perdas nas lavouras de soja e afetou ainda a produção de algodão. Para complicar, há o câmbio: todos compraram insumos quando o dólar estava acima de R$ 3, agora têm de vender seu produto a R$ 2,40. Embora a colheita no Mato Grosso tenha sido maior este ano do que em 2004, os grandes produtores do Sul do estado tiveram perdas.

Quase sempre, a turma diz que o produtor do Mato Grosso é injustiçado. "O pessoal do Rio Grande grita mais alto e consegue socorro do governo federal", diz Edílson Mastelaro, agricultor de Cornélio Procópio que chegou a Rondonópolis em 1982, sete anos depois de seu pai comprar terras na região. "Nosso prejuízo é até maior do que o deles."

"Agricultura é como pé de fruta", filosofa Jair Resmini, um catarinense que chegou a Mato Grosso em 1990 e desde então já abriu oito restaurantes e uma microcervejaria, a maioria hoje sob a administração de parentes. "Num ano carrega muito, no outro não dá a metade." Resmini acha que esse é o grande pecado dos produtores rurais da cidade, que não pouparam para o tempo ruim. Agora, ele espera que a situação melhore para investir mais nos negócios porque, em Rondonópolis, até o vendedor de picolé sabe que os seus negócios dependem da safra da soja.

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