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A alta no preço do petróleo representa um perigo para a recuperaçãoeconômica mundial, e os países industrializados estão preparados para liberar seus estoques estratégicos a fim de compensar a eventual perturbação no fornecimento do Oriente Médio, disse nesta terça-feira o economista-chefe da Agência Internacional de Energia (AIE).

O petróleo bruto chegou nesta terça-feira à sua maior cotação nos EUA em dois anos e meio, refletindo a violência política na Líbia, que levou uma empresa de lá a suspender a produção de 100 mil barris diários (de um total de 1,6 milhão de barris da produção líbia).

Os investidores temem também que a onda de protestos no Oriente Médio e Norte da África chegue a outros países produtores de petróleo, especialmente a Arábia Saudita.

"Os preços do petróleo são um sério risco para a recuperação econômica mundial", disse a jornalistas Fatih Birol, que participa nesta terça-feira de uma conferência energética na Indonésia.

A AIE dá consultoria em políticas energéticas a 28 nações industrializadas.

"A recuperação econômica mundial é muito frágil - especialmente em países da OCDE", disse Birol, referindo-se a um grupo de países desenvolvidos. Ele acrescentou que, acima de 90 dólares por barril, o produto entra numa "zona de perigo" para a recuperação, e que isso é nocivo tanto para nações consumidoras quanto para as produtoras.

Nesta terça-feira, o petróleo tipo Brent é comercializado a quase 108 dólares, enquanto o petróleo dos EUA sai acima de 94 dólares por barril.

Birol disse que a alta pode prejudicar as balanças comerciais dos países industrializados, provocar inflação e causar uma pressão sobre os Bancos Centrais para ajustarem as taxas de juros.

Se o petróleo chegar a uma média de 100 dólares por barril, o Japão, por exemplo, irá gastar 3 por cento do seu PIB só com a importação do produto, acrescentou Birol.

A AIE tem autoridade para pedir a seus países membros - todos eles integrantes da OCDE - que liberem seus estoques estratégicos de petróleo em caso de perturbação no abastecimento.

Isso é algo que raramente acontece. A última vez foi em 2005, quando o furacão Katrina paralisou a produção de petróleo dos EUA no golfo do México.

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