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Um conjunto de fatores que inclui crédito abundante, câmbio favorável e incentivos fiscais está contribuindo para que um número cada vez maior de brasileiros tenha computador em casa. No ano passado, 2,2 milhões de pessoas compraram sua primeira máquina, segundo estimativa da consultoria IT Data. Desde 2004, as vendas do setor dobraram, e a expectativa é de que 2007 traga números ainda mais fortes. Ao contrário do que ocorreu em vários momentos do passado, não é a automatização das empresas que puxa esse crescimento, mas cidadãos que até há pouco estavam desconectados. "A indústria vem batendo recorde em cima de recorde, em especial no que diz respeito às pessoas físicas", diz o diretor de pesquisas da IT Data, Ivair Rodrigues.

De acordo com a pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio varejista cresceu 6,2% ao longo de 2006. No mesmo período, o segmento de equipamentos para escritório, informática e comunicação teve alta de 30,1% – a maior variação entre as 8 categorias pesquisadas.

Os favorecidos por esse fenômeno são pessoas como o estudante Eric Chernake Gonçalves, de 14 anos, que havia mais de um ano pedia para a mãe um computador. "É pra ajudar nos trabalhos da escola", garante. Só no Natal passado a zeladora Berta Letícia Gonçalves, mãe do garoto, conseguiu incluir as 12 prestações de R$ 148 no orçamento doméstico. "Consegui uma promoção bem boa", conta. "Ele ganhou de presente de aniversário e de Natal."

Do bem

O ambiente favorável a Berta e companhia começou a formar-se no fim de 2005, quando o governo federal editou a chamada "MP do Bem", que deu isenção de PIS e Cofins para computadores de mesa ("desktops", no jargão da informática) de até R$ 2,5 mil e notebooks cujo valor não superasse R$ 3 mil. Sem o tributo, o preço das máquinas para o consumidor final caiu cerca de 9%.

Ao mesmo tempo, o câmbio influenciava os preços. Desde o fim de 2004, a cotação da moeda americana caiu 21%. "A queda do dólar fez cair o preço de praticamente todos os produtos de tecnologia", lembra o analista sênior da PCs do instituto IDC Brasil, Reinaldo Sakis.

Na mesma época, o governo lançou o programa "Computador para Todos" e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passou a financiar as redes varejistas para aquisição e venda de equipamentos produzidos no país. Desde setembro de 2005, o BNDES financiou quase 147 mil computadores – máquinas cujo preço de venda não pode ultrapassar R$ 1,4 mil.

O analista do IDC Brasil aposta em um crescimento menor, mas nem por isso modesto, para este ano. A consultoria ainda não fechou a estimativa, mas ela deve ficar em torno de 20% para os desktops. "A base de venda já é muito grande", pondera.

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