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A Airbus recebeu um pedido recorde de 200 de seus jatos A320neo da companhia AirAsia, coroando uma semana em que a empresa derrotou sua rival Boeing na concorrência acirrada por contratos de fornecimento de aviões.

O grande contrato representa uma exibição de força da europeia Airbus, no momento em que trava uma luta com a Boeing pelo mercado dos jatos de corredor único --atualmente, seu A320 disputa com o 737 da Boeing--, previsto para movimentar 2 trilhões de dólares nos próximos 20 anos.

O A320neo é uma versão do jato de passageiros com 150 lugares, um dos aviões mais vendidos da Airbus, que oferece economias de combustível. Será produzido a partir de 2015 e vai intensificar a pressão sobre a Boeing para tomar uma decisão: ou retrabalhar seu produto atual ou propor um produto novo.

O negócio encerrou uma frenética feira de aviação bienal que demonstrou um deslocamento no equilíbrio de poder nesse setor.

Hoje a AirAsia e a IndiGo são as duas maiores clientes da Airbus entre as companhias aéreas.

"O sucesso declarado do neo superou as expectativas da Airbus, e, com certeza, também pegou a Boeing de surpresa", disse o analista de aviação Scott Hamilton.

"Isto vem multiplicar a pressão sobre a Boeing para acelerar uma decisão de renovar seu modelo ou criar um avião novo."

O pedido feito pela AirAsia superou um pedido no valor de 16 bilhões de dólares, por 180 aviões, fechado na quarta-feira pela companhia indiana Indigo.

Foi a segunda vez em dois dias que uma empresa aérea asiática de baixo custo quebrou o recorde, intensificando as evidências de uma recuperação acelerada que está levando economias asiáticas a traçarem planos para um crescimento frenético no setor dos transportes, especialmente o setor de baixo custo.

O executivo-chefe da AirAsia e chefe da Fórmula Um Tony Fernandes falou da "trajetória notável" percorrida nos sete anos desde que ele assumiu uma pequena companhia aérea malasiana e a transformou na maior frota de Airbus operada por uma companhia aérea, com 375 aviões já entregues ou encomendados.

"Há um mercado de 600 milhões de pessoas no sudeste asiático e temos um potencial enorme de voar para lugares para onde as pessoas nunca antes voaram", disse Fernandes em tom emocionado em coletiva de imprensa em Le Bourget.

As ações da EADS, matriz da Airbus, subiram 1,6 por cento na quinta-feira, para 22,2 euros, a despeito do mercado acionário enfraquecido.

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