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Nem todo mundo está preocupado com a disparada dos preços do álcool e com a perspectiva de manutenção ou avanço das cotações da gasolina neste ano. A pressão sobre os valores cobrados pelos combustíveis mais comuns abre espaço para que o gás natural ganhe mais adeptos. Com a perspectiva de mais conversões, tende a crescer o número de postos que disponibilizam o combustível e também o mercado para empresas como a Aspro, uma fabricante de sistemas de compressão para gás natural veicular (GNV) sediada em Campo Largo.

Em 2005, o faturamento da empresa foi de R$ 85 milhões, com crescimento de 10% sobre os R$ 77 milhões registrados no ano anterior. "Para 2006, esperamos um aumento entre 10% e 12% na receita", conta o gerente industrial da Aspro, Aílton Siqueira. Essa aposta se baseia, em grande parte, no crescimento das exportações – Siqueira estima que a participação do comércio exterior no faturamento total da empresa passe dos atuais 10% para 20%. Mas, segundo ele, a crise do álcool pode dar um impulso extra ao caixa. O trunfo do GNV está no custo por quilômetro rodado, bastante inferior ao da gasolina e do álcool.

"Além disso, a Petrobrás está investindo pesado na extração de gás natural e no transporte do combustível por gasodutos. Se eles aumentam os investimentos, é porque acreditam no futuro do gás natural", diz Siqueira. Segundo ele, a Companhia Paranaense de Gás (Compagás), concessionária que distribui o gás natural canalizado no estado, planeja expandir seu gasoduto para o interior – hoje a rede é limitada à região metropolitana de Curitiba. "São vários projetos, que incluem Londrina, Maringá, Ponta Grossa e outras cidades. Também existe a idéia de transportar o gás comprimido, por caminhões, para locais a cerca de 100 quilômetros de Curitiba", destaca o executivo.

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) estimou que até o fim do ano haverá 1,25 milhão de veículos movidos a GNV no Brasil – hoje eles somam 1,08 milhão. Segundo Siqueira, essa estimativa é anterior à elevação do preço do álcool. Ou seja, é possível que ao fim do ano o número seja ainda maior. O setor, aliás, vem comemorando recordes seguidos de conversões – no ano passado, foram 18 mil veículos por mês, em média.

"Entre 2007 e 2008, o Brasil deverá se tornar o país com a maior frota de veículos movidos a GNV no mundo", diz Sérgio Lopes, gerente comercial da Aspro. Hoje, a maior frota é a da Argentina, onde aproximadamente 1,5 milhão de veículos rodam com o combustível. Segundo ele, todos os táxis de Buenos Aires são movidos a GNV – nas cidades brasileiras onde há distribuição do combustível, aproximadamente 70% da frota de táxis roda com o gás.

O número de postos que comercializam o GNV passou de 70 em fevereiro de 2000 – restritos a São Paulo e Rio de Janeiro – para os atuais 1.250, em 17 estados. A Aspro lidera o mercado de compressores. Hoje, 55% dos postos usam seu sistema. A empresa está no Brasil desde 1990. Começou suas atividades no país comercializando equipamentos importados e prestando assistência técnica. Em 2003, a companhia inaugurou sua fábrica em Campo Largo.

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