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"Boataria"

Gregos negam preparativos para deixar moeda única

Atenas - O Ministério de Finanças da Grécia negou em um comunicado ter contratado o escritório de advocacia norte-americano Cleary, Gottlieb, Steen and Hamilton com o objetivo de preparar o país para sair da zona do euro. A informação havia sido divulgada pelo jornal grego Daily Elefterotypia. Segundo o comunicado do governo grego, cenários "sobre o papel da Cleary Gottlieb na preparação de um eventual abandono do euro pela Grécia são errados e suspeitos, assim como discordantes das decisões tomadas na reunião de cúpula da zona do euro".

Itália desiste de mudar regras de aposentadoria

Milão - O governo da Itália decidiu abandonar o plano de adiar a aposentadoria de alguns trabalhadores, segundo informaram fontes ligadas ao tema. De acordo com o plano que foi cancelado, os italianos não poderiam mais incluir os anos de faculdade e serviço militar no período de 40 anos de trabalho necessário para poder se aposentar. O serviço militar era obrigatório no país até 2005.

Ao desistir da medida, o governo fica com um déficit de 45,5 bilhões de euros no seu pacote de cortes no orçamento. As fontes afirmaram que a reforma no sistema de aposentadoria geraria uma economia de 1 bilhão de euros a partir de 2014, um buraco que agora o governo tentará cobrir com um aumento na fiscalização contra a sonegação fiscal.

O recuo é outro golpe para a coalizão do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que tenta há meses montar um plano de austeridade que satisfaça sua instável base aliada e também o Banco Central Europeu (BCE). O banco começou a comprar grandes quantidades de bônus italianos, em um esforço para impedir que o país seja contaminado pela crise da dívida soberana que assombra a zona do euro.

Faltando poucas semanas para o Parlamento dar sua decisão final sobre o pacote, Berlusconi está ficando sem opções. Ele já desistiu de um plano de cobrar um imposto de "solidariedade" dos italianos que ganham mais de 90 mil euros por ano. E também afrouxou planos de reduzir os financiamentos do governo para cidades pequenas. Segundo a imprensa local, uma das novas medidas estudadas pelo ministro de Economia, Giulio Tremonti, é elevar a taxa do imposto de valor agregado para 21%, dos atuais 20%.

Berlim - O gabinete da Alemanha aprovou um plano prévio para aumentar o alcance e o volume da Linha de Esta­bilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), o fundo de resgate da zona do euro. O governo da chanceler Angela Merkel sinalizou, porém, que poderá conceder poder ao Parlamento alemão sobre os direitos de aprovação de futuros pacotes de resgate com a finalidade de ganhar o apoio dos formuladores de políticas públicas de sua coalização de centro-direita para o plano na votação no próximo mês.

O plano prévio do gabinete esclarece que os futuros pacotes de socorro necessitariam de aprovação unânime de todos os membros da zona do euro, embora não determine a concessão ao Parlamento de direitos de aprovação do socorro. O esboço da legislação serve como base para uma proposta dos partidos de coalização que deverá ser levada ao Parlamento alemão, o Bundestag, para votação no dia 29 de setembro.

O plano permitirá que a EFSF compre títulos soberanos nos mercados primário e secundário sob condições rigorosas e aumentará a atual capacidade do fundo de resgate de 250 bilhões de euros para 440 bilhões de euros. "O governo [alemão] reafirmou sua determinação para assegurar a estabilidade do euro", afirmou o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, num comunicado. Segundo ele, a ampliação dos poderes da EFSF tem a finalidade de conter os "possíveis efeitos de contágio" numa fase inicial.

Líderes da zona do euro endossaram essas mudanças no fundo de resgate durante uma cúpula no dia 21 de julho, como parte do novo pacote de resgate concedido à Grécia num esforço para tranquilizar os mercados nervosos e evitar que a crise da dívida soberana grega se espalhasse para outros países.

O ministro disse que a mudança nos direitos para a participação do Bundestag nas futuras decisões sobre pacotes de resgate será deixada para o próprio parlamento. Tal movimento poderá abrandar consideravelmente os futuros esforços de socorro em tempos de turbulência do mercado e minar a proposta de renovar o fundo de resgate com a finalidade de permitir que a linha aja rápido para conter crises de dívida no futuro.

Mas a proposta está ganhando tração, com o Partido Democrático Liberal (FDP), o parceiro menor na coalizão no governo Merkel, juntando-se ontem aos formuladores de políticas públicas do partido da chanceler alemã, os Democratas Cristãos, no pedido por uma participação maior do Parlamento em futuros pacotes de resgate.

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