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Sarkozy e Merkel descartaram os eurobônus, mas pretendem unificar impostos entre seus países | Philippe Wojazer/Reuters
Sarkozy e Merkel descartaram os eurobônus, mas pretendem unificar impostos entre seus países| Foto: Philippe Wojazer/Reuters

Dívida conjunta

Líderes rejeitam ideia de eurobônus

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmaram que se opõem a uma consolidação fiscal por meio da emissão de bônus da zona do euro – chamados "eurobônus" ou "eurobonds" –, uma ideia que ganhou força nos últimos dias. Os títulos seriam vendidos em nome dos 17 países da zona do euro, tornando o bloco coletivamente responsável pela dívida soberana da região.

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A esperada reunião de ontem entre o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, trouxe resultados, mas não os esperados pelos mercados. Em conferência em Paris, os dois líderes anunciaram a criação de um governo econômico comum para a zona euro, que será presidido – caso aprovado pelos 17 países que adotam a moeda única – pelo belga Herman Van Rompuy. Das medidas consta ainda a "Regra de Ouro", espécie de lei de responsabilidade fiscal. Mas o pacote não inclui a criação de eurobônus.

Os anúncios foram feitos no Palácio do Eliseu em uma atmosfera formal, cujo intuito foi demonstrar a união franco-alemã para enfrentar a crise. O pacote pode ser resumido em quatro ações: a instauração de um governo econômico da zona do euro, a adoção da Regra de Ouro, a defesa conjunta de um imposto internacional sobre transações financeiras (que será proposto ao G7 em setembro, em Marselha) e, enfim, medidas de integração entre as economias dos dois países, como a criação de impostos comuns. A maior parte das propostas, como o governo e a regra, terá de passar pelo Conselho Europeu – instância que reúne chefes de Estado e de governo – e pelos parlamentos nacionais.

Segundo Merkel, os países da zona do euro devem ser obrigados a cumprir os termos do Pacto de Estabilidade, que limita as dívidas soberanas a 60% do PIB e o déficit público a 3%. "Nossa vontade de combater estes fenômenos é total e completa, assim como a vontade de recolocar a zona do euro de volta ao caminho do crescimento", disse Sarkozy.

Fundo

Outra negativa foi para a recapitalização do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês). Atualmente, o fundo dispõe de 440 bilhões de euros para socorrer países em crise de liquidez, dinheiro suficiente para ajudar economias como Grécia, Irlanda e Portugal. Mas investidores temem que, em caso de contágio da crise pela Itália ou pela Espanha, os recursos sejam escassos.

Merkel e Sarkozy, entretanto, descartaram o aumento do volume de recursos. "O fundo tem números consideráveis e que não foram consumidos até aqui, longe disso. Por isso me pergunto por que teríamos de triplicá-lo", argumentou Sarkozy, disparando: "Não vou marcar encontro com a especulação mundial. Na semana que vem o fundo já seria considerado insuficiente de novo".

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