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IPCA desacelerou em maio, com alta de 0,43%.No ano, o índice acumula crescimento de 3,09% |
IPCA desacelerou em maio, com alta de 0,43%.No ano, o índice acumula crescimento de 3,09%| Foto:

Preços gerais

Minério acelera IGP-DI

O avanço do preço do minério de ferro e a influência do reajuste no preço de mão de obra na construção civil fizeram com que a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em maio subisse 1,57% após a alta de 0,72% em abril, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa mensal do IGP-DI veio dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que esperavam uma elevação entre 1,16% e 1,60%, e ficou acima da mediana das expectativas (em 1,30%).

Com uma alta mais branda de alimentos, a inflação oficial do governo cedeu em maio e ficou em 0,43%. Mas ainda não há sinais de que o desaquecimento da economia no segundo trimestre já tenha se traduzido em preços mais baixos, relevam os dados Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em abril, o índice do IBGE havia sido de 0,57%.A desaceleração foi pontual, dizem analistas, e se deveu quase que exclusivamente à menor pressão dos alimentos – que subiram 0,28%, ante 1,45% em abril. Com a menor alta do grupo alimentação, o IPCA registrou em maio a mais baixa variação do ano. De janeiro a maio, o índice acumulou inflação de 3,09%. Em 12 meses, ficou em 5,22% -acima do centro da meta de inflação de 2010 (4,5%).

Os dados mostram que a pressão de alimentos deu lugar, em maio, à dos serviços públicos e preços administrados. Subiram acima do IPCA médio do mês energia elétrica (1,23%), condomínio (1,17%), remédios (1,16%), taxa de água e esgoto (0,84%), aluguel (0,74%) e empregado doméstico – que sofre influência do salário mínimo e avançou 1,12%.

Tendência pontual

Para Laura Haralyi, economista do Itaú-Unibanco, a perda de ritmo da inflação é reflexo da desaceleração dos alimentos, movimento que tende a se intensificar em junho e julho – quando é provável que o IPCA registre taxas negativas. "É uma tendência pontual. Os alimentos devem voltar a subir em agosto. A alta dos juros e o menor aquecimento da economia ainda não tiveram impacto na inflação.’’ Um sinal é o maior fôlego, em maio, dos aumentos dos serviços (0,62%) e dos bens duráveis (0,41%) – estes sob impacto do fim do IPI reduzido para automóveis, eletrodomésticos e móveis. Ontem, em São Paulo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo está atento ao impacto que a elevação do PIB possa ter na inflação. "Queremos crescer com inflação controlada", destacou. Bernardo salientou que a inflação ainda não preocupa, mas disse que se o porcentual atingir níveis mais elevados, o governo terá que adotar medidas duras. "Um tiquinho a mais como está sinalizando hoje me parece tolerável. Mais que isso, o governo terá que agir e, às vezes, isso pode afetar o crescimento."

Ele não entrou em detalhes sobre quais ações o governo poderia adotar para conter a eventual alta inflacionária, mas citou a elevação nas taxas de juros e medidas como as que o Banco Central já tomou, como a elevação dos depósitos compulsórios.

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